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5 temas delicados que serão tratados na reunião de Trump com Xi

A expectativa é que os testes nucleares com mísseis balísticos da Coreia do Norte sejam o tema principal do encontro entre o líder americano e chinês

 (Joe Skipper/Reuters)

(Joe Skipper/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de abril de 2017 às 16h06.

Última atualização em 6 de abril de 2017 às 16h32.

O presidente americano, Donald Trump, e seu colega chinês, Xi Jinping, reúnem-se pela primeira vez nesta quinta-feira, na suntuosa residência do magnata republicano na Flórida. Seguem abaixo quais devem ser os assuntos discutidos:

1. Coreia do Norte

Este tema será, seguramente, um dos prioritários. Pyongyang acaba de disparar seu enésimo míssil balístico, depois de ter realizado em setembro um ensaio nuclear que provocou novas sanções internacionais contra o regime de Kim Jong-un.

No entanto, chineses e americanos divergem sobre a maneira de convencer o país a abandonar seu programa atômico.

Para os Estados Unidos, a China é o principal apoio econômico e diplomático da Coreia do Norte, tendo, assim, forte influência sobre seu vizinho.

A China, entretanto, nega essa influência e diz se opôr às sanções, que afetam a população norte-coreana. Para Pequim, o enfraquecimento do regime de Pyongyang provocaria um fluxo de refugiados e permitiria ao exército americano, já presente na Coreia do Sul, instalar-se na fronteira chinesa, em uma hipotética Coreia reunificada.

Donald Trump acusou em meados de março a China de ter "feito pouco" para combater a Coreia do Norte. E, em um entrevista publicada no domingo, deixou escapar uma ameaça de uma operação militar e afirmou estar disposto a "solucionar" o problema unilateralmente caso Pequim continue hesitando.

A China, por sua vez, rejeita o escudo antimísseis "Thaad" que os americanos começaram a erguer na Coreia do Sul, considerando que prejudica sua força de dissuasão.

2. O comércio

Na campanha eleitoral, Donald Trump acusou a China de práticas comerciais desleais e de desvalorizar sua divisa para favorecer suas exportações. Trump também ameaçou Pequim com a imposição de altas tarifas alfandegários caso o país não facilite o acesso dos Estados Unidos a seu mercado.

Em uma mensagem publicada no Twitter na semana passada, o presidente republicano classificou o déficit comercial com a China (mais de 310 bilhões de dólares) de grave problema que tornará "muito difíceis" suas negociações com Xi Jinping.

Pequim garante que não busca excedente com os Estados Unidos e pediu a Washington que flexibilize seus controles à exportação de produtos de alta tecnologia.

3. Taiwan

Em dezembro, logo após a eleição, Donald Trump irritou a China ao responder um telefonema da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. Pequim considera Taiwan (território não reconhecido pela ONU e separado politicamente da China desde 1949) como uma província sua e proíbe todo contato oficial entre a ilha e os países estrangeiros.

O presidente americano voltou atrás em fevereiro, durante uma conversa telefônica com Xi Jinping. Esse assunto delicado pode ressurgir se Trump decidir utilizá-lo para pressionar Pequim.

4. O mar da China Meridional

A China reivindica quase toda essa zona estratégica onde aumenta a superfície, de forma artificial, de ilhotas e arrecifes, alguns dos quais podem abrigar armamento. A administração Trump criticou essas obras, sem definir, contudo, uma política clara na região, para onde o governo Obama enviou navios de guerra e aviões em nome da defesa da liberdade de navegação.

5. Os Direitos Humanos

É um tema que tradicionalmente causa atritos entre chineses e americanos. Mas desde que assumiu o cargo, Donald Trump tem demonstrado interesse limitado sobre o tema.

Em 1990, chegou a elogiar a repressão das manifestações da praça de Tiananmen em Pequim um ano antes. A Casa Branca prometeu que o tema será discutido na Flórida mas algumas associações (Human Rights Watch, Anistia Internacional) manifestaram sua preocupação pelo silêncio de Trump e pediram que a China seja pressionada, em um momento em que vários advogados estão sendo processados no país por defenderem os Direitos Humanos.

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