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5 pontos-chave sobre a redução do preço da energia elétrica

Confira os pontos altos do pacote de corte do custo da energia elétrica anunciado nesta terça-feira pelo governo brasileiro

Representantes do governo ao lado de Dilma Rousseff durante anúncio da redução do custo da energia em 11.09.12 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Representantes do governo ao lado de Dilma Rousseff durante anúncio da redução do custo da energia em 11.09.12 (Wilson Dias/Agência Brasil)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 12 de setembro de 2012 às 10h58.

São Paulo – A partir de janeiro de 2013, os consumidores brasileiros vão pagar em média 20,2% menos pela energia que consomem. O corte é reflexo de um pacote de redução de custos da energia elétrica anunciado nesta terça-feira pelo governo. Para atingir a modicidade tarifária, o governo vai atuar em três frentes: eliminação e redução de encargos, renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição mediante comprometimento das empresas com critérios de qualidade, além de um aporte anual bilionário da União no sistema elétrico.

“Essas medidas são um passo importante para a redução das tarifas de energia, sejam as residenciais ou industriais”, diz Carlos Faria, presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace). “Mas ainda há espaço para mais”, salienta, lembrando que encargos e taxas representam apenas metade da conta de energia (veja infográfico).

Outros 50% da tarifa são formados basicamente de impostos estaduais e federais, que sequer foram citados no anúncio. "Ainda assim, o pacote é positivo", avalia João Carlos Mello, da consultoria Andrade & Canellas. “Principalmente para o setor industrial, que está com o PIB patinando. É uma visão de eficiência”, afirma. Confira a seguir estes e outros pontos importantes do pacote de energia que pretende ajudar a colocar a indústria e a economia brasileira nos trilhos:

1 - Adeus encargos “sem razão de ser”

Dois encargos (de um total de 13 que incidem sobre a tarifa de energia elétrica) serão eliminados. O primeiro é a Reserva Global de Reversão (RGR), que surgiu há mais de 50 anos com a finalidade de arrecadar dinheiro para um fundo destinado a cobrir indenizações de eventuais reversões nas concessões do setor elétrico.

Uma vez que o governo vai permitir a renovação das concessões, esse encargo - que tem reservas de R$ 16 bilhões - perde o motivo de existir. De acordo com o governo, a cobrança da RGR será extinta para as distribuidoras, para novos empreendimentos de geração e para as concessões prorrogadas.


Outro encargo que será eliminado é o Conta Consumo Combustível (CCC), que serve para subsidiar o uso de combustíveis por termelétricas em sistemas isolados, regiões não atendidas pelas linhas de transmissão do Sistema Interligado Nacional, como localidades do Norte. Com a expansão das redes, esse encargo (que arrecadou R$ 5,9 bilhões em 2011), torna-se praticamente dispensável.

Um terceiro encargo, a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que serve para subsidiar as tarifas de energia dos consumidores de baixa renda e universalizar o atendimento por meio do Programa Luz Para Todos, será reduzida em 75%. Os programas sociais não serão prejudicados, segundo o governo.

2 - Injeção bilionária de recursos

O pacote de energia prevê um aporte anual de 3,3 bilhões de reais da União no setor elétrico brasileiro, o que vai contribuir para uma maior modicidade tarifária e evitar cortes nos programas beneficiados pelos recursos dos encargos reduzidos. De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Arno Austin, parte dos recursos que serão transferidos ao sistema elétrico terão origem nos valores que a usina Binacional de Itaipu paga pela dívida que tem com o governo.

3 - Concessões: para prorrogar, vai ter que melhorar

Concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica que vão vencer entre 2015 e 2017 poderão ser prorrogadas. Mas para renovarem seus contratos, as concessionárias vão ter que cumprir critérios de qualidade e fazer investimentos contínuos para garantir a melhoria do serviço. As empresas também terão de aceitar redução nas tarifas calculadas, caso a caso, pela Aneel. Ao antecipar os vencimentos dos contratos para 2013, o governo vai ter que indenizar um grupo de concessionárias que não conseguiu recuperar o que investiu, no prazo de seu contrato, seja na construção de usinas, linhas de transmissão ou infraestrutura de distribuição. 


Ao todo, existem 20 concessões vincendas na área de geração, representando 18% do parque gerador nacional. Na transmissão, são nove contratos com vencimento em 2015 (67% do sistema interligado nacional). Já na distribuição, são 44 contratos, com vencimento entre 2015 e 2016 (35% do mercado nacional).

4 - Redução para consumidores residenciais

A queda na tarifa de energia elétrica para os consumidores domésticos será de 16,2% e começará a valer a partir de 2013. A eliminação de encargos, acompanhadas do montante que a União aportará no setor, responde por 5,3% dessa baixa. Os outros 10,8% , segundo o governo, decorrem da redução da tarifa média de geração e da Receita Anual Permitida de transmissão, visto que essas concessões não terão mais ativos a depreciar ou amortizar.

5 - Redução para o setor produtivo

Já a queda na tarifa de energia elétrica para os consumidores industriais vai variar de 9% a 28%, dependendo da tensão. Os consumidores de alta tensão, principalmente os energo-intensivos, tais como a indústria de aço, o alumínio ou o cimento, deverão se beneficiar de um corte maior na tarifa final. Em nota, a Confederação Nacional das Indústrias prevê que a medida pode ajudar a reduzir em 4% o custo direto de produção industrial.

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