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5 ideias polêmicas da ultradireitista Le Pen

Defensora do fim do euro na França e da pena de morte, Marine Le Pen obteve apoio de um quinto dos franceses e deve ter papel estratégico no segundo turno

Marine Le Pen conquistou um quinto do eleitorado francês no primeiro turno das eleições presidenciais (Getty Images)

Marine Le Pen conquistou um quinto do eleitorado francês no primeiro turno das eleições presidenciais (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2012 às 17h42.

São Paulo – A ultradireitista Marine Le Pen, filha de Jean-Marie Le Pen e sua herdeira no comando da Frente Nacional, obteve surpreendentes 18% dos votos no primeiro turno das eleições presidenciais francesas neste final de semana. Apesar de ter ficado fora do páreo, seu partido poderá ter um papel decisivo no segundo turno, e já está sendo cortejado pelo socialista Francois Hollande e pelo candidto à reeleição Nicolas Sarkozy.

Embora seja defensora de bandeiras tradicionais do partido, como a aversão aos imigrantes, Le Pen conquistou o eleitorado com um discurso anti-euro, que caiu como uma luva para um povo cada vez mais frustrado com os efeitos da crise europeia em suas vidas.

Não à toa, pesquisas feitas pouco antes do pleito indicavam que Le Pen era a favorita entre o eleitorado jovem (de 18 a 24 anos), que mais sofre com o desemprego no país.

Por enquanto, a ex-candidata ainda não declarou seu apoio a nenhum dos partidos que disputarão o segundo turno. Veja, a seguir, algumas ideias polêmicas defendidas por ela:

Adeus euro, olá franco!

Le Pen culpa o euro pelas altas taxas desemprego e pelo fechamento de empresas no país. Durante um comício, definiu a União Europeia como uma “máquina de moer e matar países”, que minou a prosperidade e a democracia na França. A ex-candidata é contra os acordos assinados pelos países do bloco para aumentar a austeridade fiscal e resolver as crises de débito dos membros da união. Suas propostas incluíam a volta do franco e a ruptura de acordos firmados com a União Europeia.

Barreiras à imigração

Seguindo a tradição do partido, Le Pen tem uma postura radical quanto à imigração. Atualmente, o país recebe 200 mil imigrantes ao ano. Sua proposta era reduzir o limite para apenas 10 mil ao ano. Seu pai chegou a defender ideias ainda mais radicais, como a criação de campos para a permanência de imigrantes ilegais durante o processo de extradição – proposta que gerou calafrios em um continente que carrega o fardo histórico dos campos de concentração em sua bagagem. Marine também fez comentários polêmicos durante a campanha, chegando a comparar a suposta “invasão” muçulmana da França à ocupação nazista da Europa. 


A volta da pena de morte

A ultradireitista defende a realização de um referendo para reinstaurar a pena de morte na França, abolida em 1981 no país. Os eleitores teriam a opção de escolher entre a volta da pena capital ou a criação de uma sentença de prisão perpétua "verdadeira" – sem condicional, hoje concedida à maioria dos criminosos que cumpriram entre 18 e 22 anos, independentemente da duração da pena.

Protecionismo é a solução

Durante sua campanha, Le Pen pregou o protecionismo como medida de defesa da economia francesa. Para a ultradireitista, o livre comércio equivale a um “rio descontrolado” invadindo as fronteiras da França. Ela defende as medidas protecionistas como “portões” para controlar o fluxo e evitar que a enxurrada estrangeira varra a indústria nacional.

O FMI é ultrapassado

Le Pen defende uma França mais independente dos Estados Unidos e critica severamente os atuais órgãos globais de governança política e econômica, como o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), classificando-os como “ultrapassados”.

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