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40 mortos em bombardeios por forças russas na Síria

A Rússia intensificou seus bombardeios contra o EI depois que o presidente Vladimir Putin prometeu responder o atentado contra um avião russo no Sinai egípcio


	Lançamento de mísseis russos: país intensificou ataques depois do atentado contra um avião russo no Sinai egípcio
 (Ministério Russo da Defesa/AFP/Divulgação)

Lançamento de mísseis russos: país intensificou ataques depois do atentado contra um avião russo no Sinai egípcio (Ministério Russo da Defesa/AFP/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2015 às 13h28.

Pelo menos 40 pessoas morreram nos mais violentos bombardeios aéreos lançados em conjunto pelas aviações russa e síria contra a província de Deir-Ezzor (leste), controlada pelo Estado Islâmico (EI), no momento em que a ONU autorizava "todas as medidas necessárias" para combater o grupo extremista.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) garantiu neste sábado que os bombardeios desta sexta-feira na província de Deir-Ezzor foram os "mais violento bombardeio dessa região desde o início da revolta em 2011".

Aliada do regime sírio, a Rússia intensificou seus bombardeios contra o EI depois que o presidente Vladimir Putin prometeu responder o atentado contra um avião russo no Sinai egípcio, reivindicado pelo grupo extremista.

"Pelo menos 36 pessoas foram mortas, e outras dezenas ficaram feridas, em mais de 70 ataques aéreos realizados por aviões russos e sírios contra várias localidades de Deir-Ezzor", disse à AFP o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.

Os ataques foram dirigidos contra bairros de Mayadin e Bukamal da cidade de Deir Ezzor, na província de mesmo nome, e contra três campos de petróleo, informou o OSDH.

A província de Deir Ezor está em poder do EI, que também controla a maior parte da capital, exceto o aeroporto militar e alguns bairros próximos, nas mãos do regime.

Ameaça mundial

Moscou anunciou esta semana que iria atacar os navios-tanque do EI. Segundo uma investigação do Financial Times, o contrabando de petróleo resultaria em ganhos de 1,5 milhão de dólares por dia para o grupo.

Os Estados Unidos, que lideram uma coalizão internacional da qual a Rússia não faz parte e que bombardeia o EI na Síria e no Iraque, disse que de sua parte iria se concentrar mais nas fontes de financiamento do grupo extremista, que controla a maioria dos campos de petróleo.

A coalizão internacional contra o EI liderada pelos Estados Unidos informou ter destruído nessa semana 116 caminhões utilizados pelos extremista para transportar combustível.

Após a reivindicação pelo EI do atentado ao contra o avião russo (224 mortos) e da chacina em Paris (130 mortos), a comunidade internacional parece mais do que nunca determinada a lutar contra o grupo, responsável por muitas atrocidades, especialmente na grande área que controla, abrangendo a Síria e o Iraque.

Em Nova York, o Conselho de Segurança da ONU aprovou na sexta-feira por unanimidade uma resolução apresentada pela França, que insta os membros "a tomarem todas as medidas necessárias, em conformidade com o direito internacional ( ... ) no território controlado pelo EI na Síria e no Iraque".

Também chama o grupo extremista de "ameaça global sem precedentes contra a paz e a segurança internacionais".

Além da coalizão internacional, que está há mais de um ano na Síria, a Rússia também intervém desde o final de setembro com ataques aéreos contra os grupos que se opõe ao regime de Bashar Al-Assad, entre eles o EI.

O ministro russo de Defesa, Serguei Choigou, anunciou nesta sexta-feira que a marinha russa no mar Cáspio lançou "mísseis de cruzeiro contra Deir Ezzor matando mais de 600 militantes islamitas", sem informar a data, segundo imagens da televisão russa.

Iniciado em março de 2011 após a repressão de manifestações pacíficas exigindo reformas, o conflito na Síria - que deixou mais de 250.000 mortos - foi complicado pela multiplicação de atores, locais e estrangeiros, em um território cada vez mais fragmentado.

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