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40% dos adultos no mundo são "analfabetos climáticos"

Estudo global evidencia abismo na percepção dos riscos associados às mudanças climáticas

Rapaz com venda no olho que diz "caos climático" em protesto contra mudanças climáticas. (Getty Images/Getty Images)

Rapaz com venda no olho que diz "caos climático" em protesto contra mudanças climáticas. (Getty Images/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 31 de julho de 2015 às 14h04.

São Paulo - A mudança climática é uma ameaça para a humanidade e os ecossistemas naturais, mas um estudo recente publicado na revista Nature Climate Change revela que a consciência pública sobre o problema não é geral. Nada menos do que 40% dos adultos do mundo nunca ouviram falar de mudanças climáticas, segundo a pesquisa.

O contraste na percepção entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento é outro dado que impressiona: na América do Norte, Europa e Japão, mais de 90% do público está ciente da mudança climática, ao passo que em muitos países em desenvolvimento, relativamente poucos estão cientes do problema. No Egito, Bangladesh e Índia, o "analfabetismo climático" chega a atingir 65% da população adulta.

A equipe de pesquisadores também constatou que o nível de educação tende a ser o fator que mais predispõe uma pessoa a desenvolver consciência sobre a mudança climática. No entanto, há diferenças acentuadas entre os países.

Nos Estados Unidos, os preditores chave são o engajamento cívico, acesso à comunicação e educação. Além disso, as opiniões dos americanos também são fortemente afetadas pela política partidária. Mas há poucos dados globais sobre a ideologia política e seu efeito sobre a visão da mudança climática, disseram os pesquisadores.

Enquanto isso, na China, a consciência sobre o problema está mais associada à educação, a proximidade de áreas urbanas e renda familiar. Em geral, observam os pesquisadores, as pessoas na maioria dos países em desenvolvimento percebem as alterações climáticas como uma ameaça muito maior do que as pessoas nos países desenvolvidos.

A pesquisa destaca, ainda, que "melhorar a educação básica, a alfabetização climática e a compreensão do público sobre as dimensões locais da mudança climática são vitais para a participação e apoio social às ações de combate às mudanças climáticas".

Mais do que falar sobre os riscos mundiais, para sensibilizar a opinião pública é preciso destacar os riscos que as mudanças climáticas representam para um país e até mesmo para as cidades.

Para realizar este estudo, os pesquisadores utilizaram dados de uma pesquisa da Gallup World Poll, com 119 países, feita entre 2007 a 2008.

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