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4 novos países que podem surgir em 2014

Quatro consultas populares, similares às da Crimeia, estão marcadas para esse ano – e podem resultar em novas nações


	Manifestantes marcham pelas ruas de Barcelona em 11 de setembro, Dia Nacional para o povo catalão, que exige referendo para independência da Espanha: região é uma das quatro com consulta popular marcada para 2014
 (Getty Images)

Manifestantes marcham pelas ruas de Barcelona em 11 de setembro, Dia Nacional para o povo catalão, que exige referendo para independência da Espanha: região é uma das quatro com consulta popular marcada para 2014 (Getty Images)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 19 de março de 2014 às 09h38.

São Paulo – A população da Crimeia participou de um referendo no último dia 16 e escolheu em massa a Rússia em vez da Ucrânia: 93% optaram por voltar a fazer parte do império russo.

No mundo, quatro consultas parecidas estão marcadas para 2014.

Se o povo desses lugares votar a favor da independência, quatro novas nações poderiam surgir no mapa-múndi – o que dependeria, é claro, da “boa vontade” do governo central e de todo o processo legal necessário.

Veja a seguir onde sopram os ventos do separatismo:

Veneza

Nesse exato momento, o povo da cidade italiana está votando online em um referendo sobre cortar ou não os laços com Roma. Aqui é possível acessar o site de votação

A consulta online começou no domingo, dia 16, e vai até essa sexta-feira, dia 21. 

O resultado não terá bases legais. Ou seja, se o povo da região optar pelo “sim”, Veneza não irá se separar imediatamente da Itália.

Se o “sim” ganhar, as autoridades locais escreverão uma carta de independência, que será apresentada ao governo italiano.

Contudo, as autoridades de Veneza provocam. Dizem, por exemplo, que já começarão a reter os impostos locais – em vez de enviá-los a Roma – se o “sim” vencer.

Dos quatro milhões de italianos que devem votar, 65% é favorável à independência, segundo pesquisas prévias.

O espírito separatista tem base no passado de glórias e prosperidade da cidade, que acabou com a tomada da região por Napoleão em 1797. Depois, a cidade ficou décadas sob o império austríaco e, em seguida, sob a nova república italiana.

A independência englobaria a província de Veneto e o país poderia se chamar "República de Veneto".

Mulheres em trajes tradicionais remam durante a tradicional corrida de Befana, nos canais de Veneza, na Itália. (Marco Secchi/Getty Images)

Catalunha

A região espanhola tem um referendo marcado para 9 de novembro.

O referendo irá perguntar aos espanhóis locais se eles querem que a Catalunha seja um Estado e, além disso, se deve ser um Estado independente da Espanha.

O governo espanhol pretende impedir a votação, dizendo que ela é ilegal

Os 7,5 milhões de espanhóis que vivem na região se identificam à parte da Espanha por ter uma cultura e uma língua específicas.

Além disso, é uma região mais rica que outras partes do país e se sente prejudicada quando vê a nação como um todo em forte crise econômica há anos.

As pesquisas mostram que 44,1% é a favor da independência e 30,4% se diz contra. Ainda há 17,3% de indecisos.

Manifestantes favoráveis à independência da Catalunha carregam bandeiras no centro de Barcelona, na Espanha (REUTERS/Albert Gea)

Québec

No dia 7 de abril, Québec, no Canadá, irá votar nas eleições para a Assembleia Nacional.

Segundo as pesquisas, o partido separatista Parti Quebecoise deve conquistar a maioria dos assentos.

Assim que conseguir a maioria, o partido deverá forçar um referendo para separar a província do restante do Canadá.

O partido tem forte apoio entre os canadenses que falam francês.

Seus opositores, o Partido Liberal, querem que a cidade “apenas” peça maior reconhecimento constitucional do governo central de que é uma região autônoma.

Contudo, a maioria dos canadenses não se anima muito com a ideia de independência: 54% considera que o referendo não deveria existir e, caso ele existisse, 59% votaria contra a separação. 

Fairmont Le Château Frontenac, Quebec, Canadá (Divulgação)

Escócia

No dia 18 de setembro, os escoceses votarão em um referendo sobre a independência em relação ao Reino Unido.

Cerca de quatro milhões de pessoas irão votar. Segundo as pesquisas iniciais, somente 32% votará a favor da separação. 

Para a maioria, se separar do Reino Unido e da Inglaterra seria algo negativo, por conta da perda de “poder”.

O governo britânico tenta dissuadir os escoceses da ideia, lembrando-os, principalmente, que a economia local seria fortemente afetada: a Escócia teria que mudar de moeda e também teria de percorrer um caminho próprio caso quisesse fazer parte da União Europeia.

A bandeira da Grã-Bretanha (Union Flag) também teria seu desenho alterado caso a Escócia se separasse.

Atualmente, ela mescla as cruzes de Saint George (Inglaterra), Saint Andrew (Escócia) e de Saint Patrick (Irlanda). Aqui há algumas ideias para a nova bandeira. 

Bandeiras do Reino Unido (E) e da Escócia (Simon Dawson/Bloomberg)

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