Mundo

4 anos depois, especialistas creem ter solucionado mistério do voo MH370

As buscas oficiais conduzidas pela Malásia, China e Austrália chegaram ao fim no ano passado. Agora, especialistas revelam sua versão dos fatos

Homem em frente a painel com mensagens de apoio às vítimas do voo MH370 (AFP/Getty Images)

Homem em frente a painel com mensagens de apoio às vítimas do voo MH370 (AFP/Getty Images)

Gabriela Ruic

Gabriela Ruic

Publicado em 15 de maio de 2018 às 12h40.

Última atualização em 24 de maio de 2018 às 13h33.

São Paulo – Um dos maiores mistérios da aviação, o desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines pode ter sido finalmente esclarecido. No último domingo, um grupo de especialistas em aviação civil, reunidos pelo programa australiano “60 Minutes”, revelou a tese que acreditam ser a mais plausível para explicar o que aconteceu naquela aeronave no fatídico dia 8 de março de 2014.

E, de acordo com eles, o capitão do Boeing 777, Zaharie Ahmad Shah, 53 anos, foi o responsável pelo sumiço que culminou na morte das 238 pessoas que ocupavam a aeronave. Acreditam, ainda, que ele teria planejado o seu ato com cuidado. “Isso foi planejado, foi deliberado”, disse um dos especialistas.

Ainda segundo esse grupo, formado por ex-pilotos, o ex-chefe da aviação civil da Austrália, especialistas em segurança aérea e um oceanógrafo, Zaharie teria provocado a despressurização da cabine para deixar os ocupantes inconscientes e usava uma máscara de oxigênio.

A tese defendida pelo grupo explicaria, ainda, a razão de uma alteração na rota do voo. A aeronave decolou de Kuala Lumpur, na Malásia, rumo a Pequim, na China. Em determinado momento, a pessoa no controle inclinou o avião em uma região em que fica a cidade malaia de Panang, onde Zaharie nasceu. Para os especialistas, esse foi um gesto de despedida.

Piloto experiente, com mais de 20 mil horas de voo, Zaharie teria desligado o sistema de comunicação deliberadamente e sabia o que fazer para desaparecer sem deixar pistas. “Se você me pagasse para fazer uma operação para tentar desaparecer com um Boeing 777, eu teria feito exatamente a mesma coisa. Até onde sei, foi tudo muito preciso”, disse outro especialista.

A hipótese de Zaharie como autor do episódio não é nova. Durante as investigações, sua casa e a de seu copiloto foram vasculhadas. Na do piloto, foi encontrado um simulador de voo construído por ele e no qual constava a rota de desvio. As especulações trazidas à tona pelos especialistas não foram confirmadas por autoridades.

Buscas pelo MH370

As buscas foram por anos conduzidas pela Malásia, China e Austrália e chegaram ao fim no início do ano passado. A conclusão da agência australiana foi a de que não havia conseguido evidências suficientes para esclarecer o caso ou determinar o local onde a fuselagem poderia estar. Até hoje, nenhum vestígio foi encontrado.

No início de 2018, a Malásia fez um acordo com uma empresa americana chamada Ocean Finity que se propôs a retomar as buscas pela fuselagem, na esperança de mais pistas sobre o MH370. Se concluída com sucesso, o país irá pagar os custos da operação, avaliada em 70 milhões de dólares.

Essas buscas se iniciaram em janeiro em uma região de 80 mil quilômetros quadrados no Oceano Índico, mas ainda não revelaram qualquer vestígio da aeronave.

Repercussão

Apesar das explicações dos especialistas, um familiar de uma das vítimas do incidente disse a um jornal da Nova Zelândia que elas não passam de “adivinhações”. Expressando a decepção das famílias que permanecem sem respostas sobre o destino de seus entes, a fonte lamentou que “eles não têm nenhum fato para sustentar tudo isso, assim como nunca tivemos qualquer corroboração sobre nada”.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoMalásiaMalaysia AirlinesVoo MH370

Mais de Mundo

Qual visto é necessário para trabalhar nos EUA? Saiba como emitir

Talibã proíbe livros 'não islâmicos' em bibliotecas e livrarias do Afeganistão

China e Brasil fortalecem parceria estratégica e destacam compromisso com futuro compartilhado

Matt Gaetz desiste de indicação para ser secretário de Justiça de Donald Trump