Roma - Os 4.700 imigrantes resgatados no Mediterrâneo entre sábado e domingo começaram a chegar nesta segunda-feira à Itália, onde receberão atendimento médico e serão levados a um abrigo temporário.

Mais de 1.700 já desembarcaram em diferentes portos do país, e o de Cagliari, na ilha de Sardenha, recebeu o maior número de resgatados, 963 pessoas, entre elas, 70 menores, segundo a imprensa local.

Os quase mil socorridos, vindos de Eritreia e Tunísia, foram transferidos pela embarcação norueguesa "Siem Pilot", que participa do dispositivo europeu Tritón e ajudou nos trabalhos de resgate.

O porto de Messina, na ilha da Sicília, recebeu outro grupo de 225 imigrantes a bordo do navio irlandês Limaeco Niam, que também faz parte do dispositivo Tritón.

A embarcação Vega de la Marina Militar italiana levou outros 548 imigrantes ao porto de Palermo, incluindo 130 menores não acompanhados que serão levados pelos serviços sociais de Palermo.

A delegada do governo de Palermo, Francesca Cannizo, denunciou que as estruturas de amparo da ilha estão "cheias" e que ainda não encontraram um lugar para receber os menores, mas garantiu que esta noite "terão uma cama para dormir".

"Desde que soubemos que chegariam 130 menores não acompanhados, não paramos nem um minuto para encontrar um alojamento. Estamos contatando todas as estruturas, tanto na província de Palermo como na Sicília e no resto da Itália", acrescentou Cannizzo.

Todos os desembarcados receberam atendimento médico em chegada, e estavam "profundamente deshidratados", segundo a imprensa local, e agora aguardam a designação de um centro de amparo pelo Ministério do Interior.

São as primeiras chegadas dos 4.700 imigrantes resgatados entre sábado e domingo no Canal da Sicília pela Marinha, pela Guarda Costeira e pela Guarda de Finanza italianas, junto com embarcações das operações europeias.

Essa foi uma das operações mais intensas dos últimos meses, e localizou 22 embarcações, 16 lanchas pneumáticas e 6 barcaças.

Todas as embarcações zarparam desde a costa da Líbia ao mesmo tempo na noite de sexta-feira e chamaram a central da Guarda Costeira italiana quando estavam a entre 20 e 30 milhas do litoral africano.