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35 emigrantes morrem de sede no deserto de Niger

Cinco corpos - duas mulheres e três adolescentes - já foram encontrados pelo exército, indicou um policial nigerino


	Emigrantes nigerinos no deserto:é comum traficantes abandonarem imigrantes no deserto, condenando-os à morte certa
 (AFP)

Emigrantes nigerinos no deserto:é comum traficantes abandonarem imigrantes no deserto, condenando-os à morte certa (AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2013 às 13h35.

Niamei - Pelo menos 35 emigrantes nigerinos que seguiam para a Argélia morreram de sede no deserto de Níger depois que o veículo que o transportavam sofreu uma falha técnica, anunciaram as autoridades locais.

"Viajantes relataram terem visto e contado até 35 cadáveres, em sua maioria de mulheres e crianças, na estrada", declarou à AFP Abdurahmane Mauli, prefeito de Arlit, cidade do norte nigeriano.

"Quase 40 nigerinos, incluindo muitas mulheres e crianças que tentavam emigrar para a Argélia, morreram de sede em meados de outubro", confirmou Rhissa Feltou, prefeito de Agadez, a grande cidade do norte da Nigéria.

"Muitos outros desapareceram depois que o veículo em que estavam quebrou no deserto", acrescentou.

Cinco corpos - duas mulheres e três adolescentes - já foram encontrados pelo exército, indicou à AFP um policial nigerino. Os outros cadáveres não foram encontrados.

Além disso, 19 sobreviventes conseguiram voltar para Arlit, segundo a fonte.

De acordo com Rhissa Feltou, dois veículos transportando "ao menos 60" emigrantes deixaram Arlit "em 15 de outubro" em direção a Tamanrassett, uma cidade do sul da Argélia localizada no coração do deserto do Saara.

Quando um dos veículos quebrou, o outro partiu vazio, sem os emigrantes, em busca de peças mecânicas para reparo, informou o prefeito de Agadez.

Os emigrantes, por falta de água, se dispersaram em pequenos grupos à procura de um oásis, explicou Feltou. Após dias de caminhada, cinco sobreviventes conseguiram chegar a Arlit e alertar o exército, "que chegou tarde demais", relatou.

É bastante comum traficantes abandonarem imigrantes no deserto, condenando-os à morte certa.

Segundo Azaua Mamane, diretor da ONG Synergie baseado em Arlit, o grupo de emigrantes era composto "de famílias inteiras, incluindo muitas crianças e mulheres que viajavam para a Argélia, onde pretendiam viver de esmolas."

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