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29 palestinos morreram em dois dias de combates com Israel, diz ONU

Desde o início das chamadas "Marchas do Retorno", 29 mil palestinos foram feridos e destes, 7 mil foram alvo de disparos israelenses

Ataques de Israel contra a Faixa de Gaza deixam mais de 20 mortos em dois dias (Mohammed Salem/Reuters)

Ataques de Israel contra a Faixa de Gaza deixam mais de 20 mortos em dois dias (Mohammed Salem/Reuters)

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EFE

Publicado em 8 de maio de 2019 às 15h43.

Genebra — ONU cifrou nesta quarta-feira em 29 o número de palestinos mortos e em mais de 200 os feridos em dois dias de ataques com foguetes e bombardeios entre a Faixa de Gaza e Israel.

O coordenador humanitário da ONU para os territórios palestinos ocupados, Jamie McGoldrick, confirmou os números à imprensa, após fazer uma apresentação das necessidades mais urgentes da população palestina para várias missões diplomáticas na sede europeia das Nações Unidas em Genebra, na Suíça.

Até então, o número oficial de vítimas mortais do lado palestino como consequência da escalada de violência do fim de semana era de 25.

McGoldrick confirmou que em Israel houve quatro mortes e cerca de 200 pessoas ficaram feridas.

Uma possível interrupção no fornecimento de alimentos e a situação crítica dos hospitais são as principais preocupações da ONU com relação à Gaza.

Desde o início das chamadas "Marchas do Retorno", que ocorrem todas as sextas-feiras há 13 meses em Gaza, 29 mil palestinos foram feridos e destes, 7 mil foram alvo de disparos israelenses.

Atualmente, os hospitais da Faixa estão impossibilitados de tratar - por falta de provisões, equipamentos e cirurgiões - 1,7 mil casos de pessoas feridas que requerem cirurgias complexas para voltar a caminhar, detalhou McGoldrick.

Até o momento, 120 desses feridos - entre eles 20 crianças - sofreram amputação de alguma extremidade.

A ONU pediu aos países doadores US$ 20 milhões para dar aos hospitais uma capacidade de atendimento mínima, mas o financiamento é escasso neste ano em particular.

Dos US$ 350 milhões solicitados no começo do ano pela organização internacional para financiar suas atividades em Gaza e na Cisjordânia, a ONU só recebeu 14%.

O coordenador humanitário assinalou também que a situação financeira do Programa Mundial de Alimentos e da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNWRA, na sigla em inglês) - que juntos fornecem os alimentos consumidos por 1 milhão de palestinos em Gaza - é alarmante.

As duas entidades de ajuda necessitam de US$ 40 milhões em doações daqui até o começo de junho para poder ordenar a compra de alimentos para a segunda metade do ano em Gaza.

"Se isso for interrompido, não há alternativa porque as pessoas não têm dinheiro. 54% da população de Gaza não tem trabalho e esta proporção aumenta para 70% no caso dos menores de 30 anos. Além disso, cada família tem uma dívida média de US$ 400", afirmou McGoldrick.

Em meio a essa situação, Israel coloca impedimentos à transferência de remessas para Gaza e nega grande parte das permissões necessárias aos palestinos feridos para que possam receber atendimento médico fora da Faixa.

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