Mísseis: a fase de concepção do programa, que custará 100 milhões de euros, será compartilhada entre as duas nações de forma igual (Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 28 de março de 2017 às 15h48.
Paris e Londres assinaram nesta terça-feira um acordo para lançar o projeto de futuros mísseis com o grupo europeu MBDA, confirmando a parceria estratégica franco-britânica, apesar do Brexit.
O acordo, assinado em Londres com a presença de Harriett Baldwin, ministra britânica para a Aquisição de Defesa, e Laurent Collet-Billon, diretor-geral do Armamento (DGA), acontece na véspera da ativação do Artigo 50 do Tratado de Lisboa que irá lançar oficialmente o processo de saída do Reino Unido da União Europeia.
Financiado igualmente pela França e pelo Reino Unido, o programa Futur missile antinavire/Futur missile de croisière (FMAN/FMC) "é outro exemplo de trabalho conjunto no âmbito do Tratado de Lancaster House", indica um comunicado do ministério britânico da Defesa (MoD).
A fase de concepção FMAN/FMC, que custará 100 milhões de euros, será compartilhada entre as duas nações de forma igual.
"Nosso relacionamento com a França é forte e durável. Temos uma longa história de cooperação em matéria de defesa e segurança com o nosso aliado europeu", disse Harriett Baldwin.
"O Reino Unido está firmemente comprometido com a segurança da Europa, e vamos continuar a cooperar em programas de defesa europeus", acrescentou.
Londres e Paris não cessaram desde o referendo britânico do Brexit de marcar seu compromisso com a relação estratégica franco-britânica e garantir que não será afetada pela saída do Reino Unido do bloco europeu.
"Hoje estamos lançando uma nova e importante fase na nossa cooperação bilateral", afirmou por sua vez Laurent Collet-Billon.
O CEO da MBDA, Antoine Bouvier, ressaltou que "só a cooperação permitirá, a longo prazo, que a indústria europeia mantenha a massa crítica para continuar a proporcionar à Europa um acesso independente às tecnologias de soberania".
A MBDA é uma joint venture do Grupo Airbus (37,5%), do britânico BAE Systems (37,5%), e do italiano Leonardo (ex-Finmeccanica, 25%).