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25,8 mil crianças não acompanhadas chegaram à Itália em 2016

Durante 2015, A Unicef registrou 12.360 menores não acompanhados que chegaram à costa italiana

Itália: "estes números não têm precedentes e mostram que a crise de refugiados e imigrantes na Europa é uma crise de crianças", afirmou a porta-voz do Unicef (Getty Images)

Itália: "estes números não têm precedentes e mostram que a crise de refugiados e imigrantes na Europa é uma crise de crianças", afirmou a porta-voz do Unicef (Getty Images)

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EFE

Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 13h28.

Genebra - Mais de 25.800 menores não acompanhados chegaram ao litoral da Itália após atravessarem o Mar Mediterrâneo em 2016, um número que dobrou em comparação com 2015, denunciou nesta sexta-feira o Unicef.

"Estes números não têm precedentes e mostram que a crise de refugiados e imigrantes na Europa é uma crise de crianças", afirmou em entrevista coletiva a porta-voz do Unicef, Sarah Crowe.

Durante 2015, a agência da ONU registrou 12.360 menores não acompanhados que chegaram à costa italiana. Em 2016, segundo o Ministério do Interior da Itália, chegaram ao país 25.846 crianças não acompanhadas.

A responsável do departamento criado para amparar menores de idade não acompanhados, Maria Caprara, denunciou as dificuldades que enfrenta para acolher estes menores que, segundo as regras, não podem ficar hospedados com o resto de imigrantes.

"É necessário um abrigo de qualidade e um projeto de vida e formação caso queiram ficar na Itália e para ajudá-los encontrar suas famílias em outros países", ressaltou Maria.

Para o Unicef, estes dados mostram que existe "uma perigosa tendência" de um número crescente de "crianças vulneráveis que põem em risco suas vida para chegar à Europa".

O organismo lembrou que os menores não chegam à Itália para ficar, mas com a intenção de continuar atravessando o continente rumo a outros países, e por isso pediu "uma resposta coordenada" das autoridades europeias.

Apesar do Unicef não especificar os números, a maioria dos menores são adolescentes entre 15 e 17 anos do sexo masculino, provenientes de Eritreia, Egito, Gâmbia e Nigéria.

"As jovens correm um enorme risco de sofrer abuso sexual, especialmente por grupos criminosos", alertou Sarah, que acrescentou que várias adolescentes denunciaram que foram obrigadas a se prostituir na Líbia para pagar a viagem de barco até a Itália.

Já os meninos revelaram que muitos deles foram obrigados a realizar trabalhos forçados.

A rota entre Líbia e Itália é a mais utilizada pelos imigrantes e refugiados menores de idade, dado que só 17% dos que chegaram à Grécia em 2016 eram crianças não acompanhadas.

A porta-voz do Unicef também mencionou as "graves condições" nas quais se encontram os menores não acompanhados que chegaram às ilhas gregas, onde vivem ao relento, o que é "extremamente duro" devido ao inverno inclemente que castiga a Europa.

O principal, explicou Sarah, é o alojamento, dado que as agências da ONU distribuem o material e a comida necessária, mas que nada substitui um local bem equipado para enfrentar o frio.

"Como as instalações estão cheias, as crianças vivem ao relento, enquanto há hotéis, motéis e casas na ilha que poderiam abrigá-los", reiterou a porta-voz.

A situação também foi denunciada pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), que pediu à Europa mais medidas para assistir e proteger os refugiados e os imigrantes.

A Acnur afirma que na ilha de Samos há cerca de mil pessoas, inclusive famílias com crianças muito pequenas, que dormem em tendas sem calefação.

"Reiteramos nosso pedido para que se agilizem os procedimentos na ilha que permitam a transferência dos refugiados para o continente, onde há mais alojamentos disponíveis", disse a porta-voz da Acnur, Cecile Pouilly.

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