(Frank Augstein/Reuters)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 18h04.
Última atualização em 28 de dezembro de 2020 às 18h05.
O ano de 2020 começou com um susto: a segunda maior economia do mundo, a China, colocou boa parte da sua população em lockdown por um vírus desconhecido e altamente transmissível. O prenuncio era ainda pior, em questão de semanas esta nova doença, chamada de covid-19, se espalharia pelo mundo. E assim aconteceu.
Esta nova doença, tão avassaladora quanto a gripe espanhola, também mudou o nosso comportamento. Máscara, lavar as mãos constantemente e o álcool em gel se transformaram em itens obrigatórios de segurança em todo o planeta.
Mas 2021 começa com um ânimo de esperança: a vacina. Mais de 100 imunizantes estão em desenvolvimento no mundo e uma dezena começa a ser aplicada de forma emergencial em diversos países. Outros, como o Brasil, se preparam para iniciar uma campanha nos primeiros meses do ano.
Ainda não se sabe ao certo como ocorreu a variação do Sars-CoV-2, mas a ciência descobriu que é uma mutação de um coronavírus oriunda de morcegos. Os coronavírus são uma grande família de vírus comuns em muitas espécies diferentes de animais, incluindo camelos, gado, gatos e morcegos. Os cientistas descobriram também que a mutação ocorreu de forma natural, e não induzida pelo homem.
A cidade chinesa de Wuhan, epicentro da pandemia, foi colocada em quarentena total ainda no começo do ano, no dia 21 de janeiro. No período entre o início do problema e a decisão de isolar o foco da doença, estima-se que 5 milhões de pessoas tenham deixado a região, e essa diáspora contribuiu para espalhar o vírus. Até o fim de janeiro, mais de 200 pessoas haviam morrido e mais de 6.000 estavam contaminadas na China.
Ainda em janeiro, os Estados Unidos, Austrália, França, Canadá e Malásia confirmavam os primeiros casos da nova doença dentro de seus territórios. O Brasil viria a registrar a primeira infecção quase um mês depois, em 26 de fevereiro.
Ainda em janeiro, o vírus que devoraria 2020 foi a reportagem de capa de EXAME. O conteúdo trouxe as análises científicas sobre o novo coronavírus, e também os impactos econômicos que já estavam em andamento e o que viria logo em seguida.
Com rápida transmissão, não demorou muito até toda a Europa e os Estados Unidos estarem em crescente número de casos e de mortes. Os sistemas de saúde entraram em colapso e não conseguiram mais atender a demanda. No caso europeu, os governos adotaram medidas de lockdown, parando as economias.
Até o dia 28 de dezembro, o país mais afetado pela doença é os Estados Unidos, com mais de 19 milhões de casos, seguido da Índia, com quase 10 milhões, e Brasil, com mais de 7 milhões. Os dados são da Universidade Johns Hopkins.
Diferentemente de outros países, o Brasil demorou muito tempo para atingir 500 mil casos. Da confirmação do primeiro infectado, no dia 26 de fevereiro, até este patamar, foram pouco mais de 3 meses. Menos de um mês depois o país chegava a um milhão de casos. Desde então, a cada 30 dias, em média, outro milhão de casos é adicionado ao balanço total da pandemia de covid-19.
Neste momento, o país enfrenta um segundo pico de casos. Na penúltima semana, o país bateu recorde e pela primeira vez desde o início da pandemia que em dois dias seguidos o registro diário de novas infecções chegou perto de 70.000.
Cronologia da pandemia de covid-19 no Brasil
Quase 5 milhões de pessoas já receberam uma vacina contra a covid-19 em todo o mundo. Mais de 40 países estão em processo de aplicação de um imunizante ainda em fase emergencial, entre eles China, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos. União Europeia também começou a aplicação em países do bloco.
O grande desafio é produzir uma quantidade de doses suficientes para vacinar a população mundial e ao mesmo tempo garantir que a imunização seja eficaz por longo período.
No Brasil, o Ministério da Saúde ainda não sabe quando o Programa Nacional de Imunização contra a covid-19 vai começar. Mas o governo federal fala que há uma previsão de iniciar no primeiro trimestre de 2021.
No meio de dezembro, o Ministério da Saúde apresentou um primeiro documento, chamado de Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, que prevê uma estratégia em duas fases: o planejamento e a vacinação em si. O que foi apresentado era apenas o planejamento, sem datas.