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2017, o novo ano do impeachment

O ano de 2017 tem tudo para continuar a ser o ano do impeachment. Não tanto no cenário interno — uma vez que a maior ameaça ao governo de Michel Temer é o processo que corre contra a chapa Dilma-Temer no TSE —, mas no cenário externo. Outros líderes mundiais devem enfrentar processos de impedimento […]

RODRIGO DUTERTE: pr / Erik De Castro/ Reuters (Erik de Castro/Reuters)

RODRIGO DUTERTE: pr / Erik De Castro/ Reuters (Erik de Castro/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 08h25.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h42.

O ano de 2017 tem tudo para continuar a ser o ano do impeachment. Não tanto no cenário interno — uma vez que a maior ameaça ao governo de Michel Temer é o processo que corre contra a chapa Dilma-Temer no TSE —, mas no cenário externo. Outros líderes mundiais devem enfrentar processos de impedimento nos próximos meses. Confira na lista abaixo:

Coreia do Sul
O processo de impeachment da presidente Park Geun-hy — a primeira mulher a comandar o país — foi aberto pelo parlamento da Coreia do Sul em 9 de dezembro. Park está no centro de um complexo caso que envolve uma seita religiosa, tráfico de influência e corrupção. Ao lado de sua amiga Choi Shoon-sil, filha do líder da obscura seita Igreja da Vida Eterna, Park pressionou as empresas do país a realizarem doações para organizações sem fins lucrativos. O dinheiro tinha como destino final a própria campanha de Park para presidente. Park também é acusada de ter permitido que Choi acessasse documentos sigilosos do governo, além de ter influenciado decisões de estado. Segundo a imprensa local, Choi chegou a revisar e aprovar os discursos da presidente. O caso está agora nas mãos da corte constitucional do país. O julgamento sobre o afastamento definitivo de Park pode durar até seis meses. Até lá, o país segue governado pelo primeiro-ministro Hwang Kyo-ahn.

Filipinas
Rodrigo Duterte, presidente das Filipinas, possui altas chances de enfrentar um processo de impeachment em 2017. Desde dezembro, senadores começam a se organizar para abrir um processo contra o polêmico líder do país. A razão para o afastamento de Duterte seria o fato de ter admitido que “matou pessoalmente” supostos criminosos quando ainda era líder da cidade de Davao, entre 2013 e 2016. Nas Filipinas, os presidentes podem sofre impeachment por crimes cometidos fora do mandato. Sobre a participação do presidente em um esquadrão da morte, a senadora Leila de Lima afirmou ao canal pago CNN: “Isso é traição da confiança pública e constitui crime grave, porque assassinatos em massa certamente entram na categoria de crime grave. E crimes graves são motivo para impeachment pela constituição”. A ONU também pede que as autoridades do país investiguem o presidente. Atualmente, Duterte está numa cruzada contra traficantes e usuários de drogas no país. Desde julho, 6 mil pessoas foram mortas nas Filipinas — a maioria assassinada por milícias mascaradas.

Estados Unidos
Donald Trump nem assumiu a presidência dos Estados Unidos — a posse ocorrerá no dia 20 de janeiro — e já se discute como o bilionário poderá ser enxotado da Casa Branca. Embora um afastamento seja improvável num primeiro momento, já que os republicanos controlarão tanto o Senado quanto a Câmara, Trump sofrerá marcação cerrada da oposição. A aposta é que o presidente irá confundir a posição pública que ocupará com seus negócios privados. Durante a transição, por exemplo, três dos do filhos de Trump participaram de encontros com políticos ao lado do pai. Jared Kushner, marido de sua filha Ivanka, é um assessor direto de Trump e, provavelmente, terá um cargo não-remunerado na administração. Os negócios do bilionário também podem gerar conflitos de interesses: Trump aluga escritórios para o Banco da China e para órgãos do governo federal americano, além de promover eventos para diplomatas em seus hotéis. A partir de janeiro, os democratas, liderados pela senadora Elizabeth Warren, prometem uma campanha para aprovação de uma lei que obrigaria Trump a declarar todos os seus prováveis conflitos de interesse. Qualquer passo em falso seria, portanto, motivo de impeachment.

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