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1ª semana de Trump é marcada por oposição a medidas de Obama

As medidas vão da retirada dos EUA da Parceria Transpacífico à construção de um muro na fronteira com o México

EUA: logo após a cerimônia de posse, o novo presidente americano assinou um decreto contra o "Obamacare" (Getty Images)

EUA: logo após a cerimônia de posse, o novo presidente americano assinou um decreto contra o "Obamacare" (Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de janeiro de 2017 às 20h48.

Última atualização em 27 de janeiro de 2017 às 21h01.

São Paulo - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tomou várias medidas desde a sua posse na última sexta-feira, 20, que vão da retirada dos EUA da Parceria Transpacífico à construção de um muro na fronteira com o México.

As medidas de Trump também fizeram com que os investidores voltassem a optar pelo risco - o que impulsionou o mercado acionário americano, com o Dow Jones superando a barreira psicologicamente importante dos 20 mil pontos e o Nasdaq e o S&P 500 renovassem suas máximas históricas.

Sexta-feira, 20

Logo após a cerimônia de posse, o novo presidente americano assinou um decreto contra o Ato de Cuidado Acessível, programa de saúde implementado pelo ex-presidente Barack Obama, que ficou conhecido como "Obamacare".

No decreto, Trump ordena que agências do governo paralisem regulamentações e adotem medidas que enfraqueçam a lei.

O bilionário pediu que os departamentos do governo "renunciem, adiem, concedam isenções ou atrasem a implementação" de disposições que imponham encargos ficais nos estados, nas empresas ou em indivíduos.

Trump também deu maior flexibilidade aos estados americanos para a implementação do programa de saúde.

A tentativa de desmantelar o Obamacare era uma das prioridades do novo Congresso americano, dominado pelos republicanos, segundo o presidente da Câmara, Paul Ryan.

No entanto, alguns senadores já alertaram que qualquer plano de substituição para a Câmara irá exigir cooperação de alguns democratas.

No mesmo dia, o bilionário proclamou 20 de janeiro de 2017 como o Dia Nacional do Patriotismo. O anúncio foi feito após o discurso de posse, que adotou um tom populista e nacionalista.

Em 2009, Obama havia proclamado o dia de sua posse como uma Jornada Nacional da Renovação e da Reconciliação.

Sábado, 21

Um dia após sua posse, Trump visitou o quartel general da CIA, uma das agências de inteligência dos EUA, e fez um discurso de reaproximação.

Antes da posse, o republicano adotou um tom rigoroso contra as agências, principalmente após a divulgação de um relatório, feito a pedido de Obama, que mostrava uma interferência do governo da Rússia nas eleições americanas, que teria prejudicado a candidata democrata, Hillary Clinton.

Domingo, 22

Em uma cerimônia na Casa Branca, Trump anunciou que iria começar uma renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, na sigla em inglês), em reuniões que faria com o premiê do Canadá, Justin Trudeau, e com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

No entanto, a reunião de Trump com Peña Nieto, que estava agendada para 31 de janeiro, foi cancelada após a polêmica sobre o pagamento do muro que o americano pretende construir na fronteira entre os dois países.

Segunda-feira, 23

No primeiro dia útil do mandato de Trump, a principal medida do presidente americano foi a assinatura de um decreto que retira os EUA da Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em inglês).

O acordo, firmado durante o governo Obama, reúne 12 países do Pacífico, que representam cerca de 40% da economia mundial. Além de EUA, concordaram com o TPP Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã.

"Temos falado disso há muito tempO", disse Trump, que, durante a campanha, chamou o acordo de "terrível".

O bilionário também assinou um decreto para congelar as contratações de funcionários em nível federal, indo ao encontro de sua promessa de campanha de reduzir a quantidade de funcionários públicos e mudar o status de alguns. A exceção se deu para contratações militares.

Além disso, Trump determinou que uma regra chamada "global gag" volte a vigorar, fazendo com que os EUA não possam mais enviar dinheiro a organizações humanitários do exterior para programas de planejamento familiar que ofereçam aborto ou que defendam os direitos das mulheres de realizarem abortos.

Terça-feira, 24

Trump se reuniu com CEOs de montadoras como Fiat Chrysler, General Motors e Ford e prometeu cortar impostos e regulações "desnecessárias" e disse que irá tornar processos mais rápidos.

Entre as medidas concretas, o presidente americano assinou uma ordem executiva para tornar mais rápidos processos de revisão ambiental e avançou com o projeto dos oleodutos de Keystone e Dakota, cujas construções foram bloqueadas por Obama devido a motivos ambientais.

Quarta-feira, 25

Uma das promessas mais polêmicas da campanha de Trump, a construção de um muro na fronteira com o México, em uma medida anti-imigração.

Segundo Trump, a medida deve "assegurar a segurança e a integridade territorial dos EUA, assim como assegurar que as leis de imigração do país sejam fielmente executadas".

Além disso, Trump vetou a soltura de imigrantes ilegais detidos e manteve a prioridade de deportação para imigrantes com antecedentes criminais.

No campo financeiro, os três principais índices acionários americanos - Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq - renovaram suas máximas históricas, com o Dow Jones ultrapassando a marca psicologicamente importante dos 20 mil pontos. O feito foi comemorado por Trump, em seu perfil pessoal no Twitter.

Sexta-feira, 26

Em uma das últimas medidas da semana, Trump assinou duas ações executivas no Pentágono, durante a cerimônia de nomeação de James Mattis, novo secretário de Defesa dos EUA.

Uma das ações prevê um aumento nos investimentos das Forças Armadas americanas. A outra ação estabelece vetos à entrada de alguns imigrantes - o que, de acordo com o presidente americano, irá "prevenir a entrada de terroristas radicais islâmicos" no país.

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