Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 14h00.
São Paulo - Duas semanas se passaram desde que um terremoto, seguido de tsunami, atingiu o Japão. O número de vítimas, entre desaparecidos e mortos, chega a 27.400. Mal enterra seus mortos e começa sua reconstrução - em muitos lugares, a partir do nada - o país emprega todos seus esforços para solucionar uma crise nuclear. A situação na usina de Fukushima segue instável, diz o premiê Naoto Kannesta.
No cenário atual, incertezas só servem para alimentar mais e mais o medo da população. Nos últimos dias, a radiação que escapou dos reatores nipônicos contaminou produtos agrícolas, água e até o leite. Nem o principal alimento japonês, o peixe, saiu ileso dos altos níveis de iodo radioativo no mar. As filas extensas nos supermercados todas as manhãs já se tornaram comuns, assim como a visão cotidiana de prateleiras, umas sobre as outras, vazias. Milhares de crianças, adultos, idosos e famílias inteiras que perderam tudo no desastre encontram amparo e um teto temporário em abrigos, que distribuem comida, medicamentos e agasalhos.
Além da apreensão diária, eles também enfrentam um frio severo, que chega a 5º C na cidade de Tóquio. As vítimas da tragédia impressionam pelo senso de organização, disciplina e obstinação - seja para seguir orientações, reconstruir suas casas e superar tragédias. Enquanto o país tenta se reerguer do abalo sísmico, sedar a dor e solucionar Fukushima, o mundo questiona a segurança das usinas nucleares. Será que precisamos mesmo delas? Os dias são de dúvidas.