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14 mulheres processam universidade no Texas por ignorar assédio

As ex-estudantes acusaram a universidade mais antiga do Texas, fundada em 1845, de ter feito "vista grossa" com as agressões sexuais

Baylor University, em Waco, Texas (By HuecoBear (Own work) [CC0], via Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

Baylor University, em Waco, Texas (By HuecoBear (Own work) [CC0], via Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)

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EFE

Publicado em 13 de outubro de 2017 às 13h58.

Austin (EUA) - Quatorze mulheres processaram a Universidade de Baylor, uma histórica instituição batista situada em Waco (Texas), por ignorar supostos abusos sexuais sofridos enquanto eram alunas, informaram nesta sexta-feira os meios de comunicação locais.

As ex-estudantes acusaram a universidade mais antiga do Texas, fundada em 1845, de ter feito "vista grossa" com as agressões sexuais sofridas por outros alunos no campus universitário, detalhou o jornal o "Texas Tribune".

O advogado que representa as 14 denunciantes, Jim Dunman, ex-legislador estatal do Texas e também ex-aluno de Baylor, apontou a esse meio de comunicação que quer chegar a fundo com esta história para poder se sentir orgulhoso "outra vez" da sua "alma mater".

"A instituição que conheço e amo não deveria tratar seus estudantes desta maneira", indicou Dunman, que explicou que uma de suas clientes teve que deixar a universidade após ser estuprada em 2004 e não receber apoio para superar o trauma.

Outras meninas que denunciaram ter sofrido abusos mais recentemente afirmaram que a direção de Baylor mostrou "pouca disposição ou capacidade de investigar", disse o advogado.

No entanto, Dunman relatou que a maioria dos casos deste tipo nunca chega a julgamento porque a universidade oferece incentivos financeiros para que as estudantes retirem suas demandas antes de ir aos tribunais e não divulguem as agressões sexuais.

A universidade texana recebeu uma enxurrada de críticas pela maneira como tratou os casos de agressões sexuais nos últimos anos, incluindo uma investigação externa que determinou que os administradores de Baylor contribuíram para criar um ambiente "hostil" contra as vítimas de agressão sexual.

De fato, os escândalos dos últimos anos levaram às demissões no começo de 2016 do presidente da universidade, Ken Starr, e do treinador da equipe de futebol, Art Briles, suposto instigador de algumas destes estupros.

Um dos jogadores de Briles, Tevin Elliot, foi condenado a 20 anos de prisão em 2014 por ter estuprado três estudantes em diferentes ocasiões enquanto era a estrela da equipe de futebol americano de Baylor.

Outro dos pupilos do treinador demitido, Sam Ukwuachu, foi sentenciado a seis meses de prisão e dez anos de liberdade condicional após ser declarado culpado em 2015 por ter estuprado uma jogadora da equipe de futebol da universidade.

Além disso, outra ex-aluna apresentou no começo deste ano uma demanda contra a instituição alegando que foi estuprada por um grupo de entre quatro e oito jogadores da equipe de futebol americano em 2012 na universidade situada em Waco, cerca de 160 quilômetros ao norte de Austin, capital do Texas.

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