Boko Haram: 110 das 906 estudantes matriculadas no colégio seguem desaparecidas após o ataque do grupo terrorista (Joe Raedle/Getty Images)
EFE
Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 06h34.
Abuja - O governo da Nigéria confirmou o desaparecimento de 110 estudantes da escola feminina de ensino médio atacada pelo grupo jihadista Boko Haram na segunda-feira passada na cidade de Dapchi, no noroeste do país, afirmaram nesta segunda-feira à Agência Efe fontes do Ministério de Informação.
Após uma reunião neste domingo com as famílias das desaparecidas, o diretor do colégio e autoridades locais de Yobe, região onde se situa Dapchi, o ministro de Informação nigeriano, Lai Mohammed, confirmou que 110 das 906 estudantes matriculadas no colégio seguem desaparecidas após o ataque do grupo terrorista, que provocou a fuga de centenas de alunos e professores.
O presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, declarou no final da semana passada que seriam reforçados o número de tropas na área e a vigilância aérea para conseguir que as meninas voltem para casa seguras, e que os terroristas sejam detidos e "se faça justiça".
Este incidente acontece a apenas dois meses do aniversário de quatro anos do sequestro de mais de 200 estudantes de outro colégio em Chibok, no estado vizinho de Borno.
Mais de cem dessas meninas sequestradas em abril de 2014 foram libertadas, mas 112 permanecem ainda em cativeiro.
A Nigéria viu aumentar o número de ataques suicidas nos últimos meses, apesar de os terroristas terem perdido presença em alguns dos seus territórios após operações bem-sucedidas realizadas pelas forças de segurança.
Em represália, os jihadistas adaptaram seus ataques a lugares considerados como pontos fracos, como locais de oração, escolas e campos de refugiados.
O Boko Haram luta para impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul. Mais de 20.000 pessoas morreram desde o começo da insurgência jihadista na região em 2009.
Além disso, cerca de 1,6 milhão de pessoas se viram obrigadas a abandonar seus lares e 4,7 milhões necessitam de assistência alimentícia urgentemente, segundo números da ONU.