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A 1 mês das eleições, poucos duvidam da vitória de Dilma

Pleito será realizado no dia 3 de outubro e a candidata do PT à Presidência aparece nas pesquisas com até 55% das intenções de voto

Os candidatos à Presidência: Dilma Rousseff, do PT; José Serra, do PSDB; e Marina Silva, do PV (Arquivo/ABr)

Os candidatos à Presidência: Dilma Rousseff, do PT; José Serra, do PSDB; e Marina Silva, do PV (Arquivo/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h36.

Brasília - Faltando um mês para as eleições nas quais será eleito o novo presidente do Brasil, poucos duvidam da vitória da governista Dilma Rousseff (PT), ao ponto de o opositor José Serra (PSDB) ter mudado seu slogan para "É a hora da virada".

As pesquisas de opinião apontam de forma unânime para a vitória da candidata escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, à qual lhe atribuem intenções de voto de entre 51% e 55%, o que bastaria para ela ganhar as eleições no primeiro turno do dia 3 de outubro.

A candidata do PT conta com o firme respaldo da atual coalizão de Governo, liderada pelo PMDB, e sobretudo com a constante participação em sua campanha de Lula, que fornece os 80% de sua popularidade que mantém entre os eleitores.

Serra, que em março tinha cerca de 40% das intenções de voto, foi perdendo apoios nos últimos meses e todas as pesquisas de opinião atribuem a ele hoje entre 28% e 30%.

A terceira nas pesquisas é Marina Silva, do PV, com entre 8% e 10%.

Nos últimos dias, a campanha de Serra deixou em segundo plano seu slogan "Brasil pode mais" e destacou outro, no qual afirma: "É a hora da virada", em uma clara referência ao caminho adverso que tem que reverter.

Segundo os analistas, a chave da constante perda de apoio que Serra sofreu foi a entrada de Lula na campanha de Dilma, com quem se apresentou até cinco vezes por semana em comícios organizados pelo país afora.


Lula também assumiu o papel de "apresentador" do programa de Dilma no horário eleitoral gratuito da televisão, no qual em algumas ocasiões chega a falar mais que a própria candidata.

"Por mais que faltem 30 dias para as eleições, o Brasil já tem presidente e é Dilma Rousseff, que tem cerca de 80% de possibilidades de resolver o assunto no primeiro turno", considerou o diretor do Ibope, Carlos Augusto Montenegro.

Na sua opinião, a "transferência de votos" de Lula para Dilma, a extraordinária popularidade do atual presidente e os altos níveis de aprovação do Governo levam os eleitores a apostar na "continuidade" oferecida pela candidata do PT.

A figura de Lula foi usada até na campanha de Serra, que apareceu em algumas imagens junto ao presidente, para tentar mostrar que, apesar de ser opositor, avalia a gestão de Governo do antigo sindicalista.

Segundo Montenegro e outros analistas, só um escândalo que manche de alguma maneira a imagem construída por Dilma poderia alterar o atual cenário.


Agarrada a essa possibilidade, a oposição acusou o PT e sua candidata de estar por atrás da violação do segredo fiscal das contas de uma filha de Serra e de outros líderes do PSDB, atribuindo a eles interesses "eleitorais".

A quebra de sigilo fiscal na Receita Federal de Verônica Serra e de outros quatro políticos foi orquestrada ilegalmente junto o órgão, o que levou o PSDB a pedir à justiça eleitoral a "impugnação" da candidatura de Dilma.

No entanto, a demanda do PSDB foi arquivada na noite desta quinta-feira, pois o Tribunal Superior Eleitoral considerou que não existem provas que envolvam o PT ou sua candidata na espionagem à filha de Serra, que é investigado pela Polícia Federal.

Apesar dessa decisão, a campanha opositora lembrou hoje que, no pleito de 2006, nos quais Lula foi reeleito, membros do PT foram detidos com documentos fraudulentos que tentavam envolver em assuntos de corrupção o então candidato presidencial do PSDB, Geraldo Alckmin.

Esse assunto surgiu 15 dias antes das eleições, quando as pesquisas sustentavam que Lula ganharia no primeiro embates.

Pelo impacto do escândalo, Lula venceu no primeiro turno, mas com 48%, contra 41% de Alckmin, o que obrigou a realização de um segundo turno no qual tudo foi esquecido e os eleitores elegeram Lula com um sólido 60%.

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