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O viveiro que conquistou Bruno Gagliasso por não arrancar mudas do chão

Fábrica de Árvores, no interior de SP, caiu nas graças do ator e de paisagistas que utilizam as espécies para arborizar casas, apartamentos e áreas comuns

Edifício Seed, na Vila Olímpia: fachada recoberta com árvores, palmeiras e arbustos saídos do viveiro Fábrica de Árvores (Gamaro/Divulgação)

Edifício Seed, na Vila Olímpia: fachada recoberta com árvores, palmeiras e arbustos saídos do viveiro Fábrica de Árvores (Gamaro/Divulgação)

Um dos projetos mais recentes de Bruno Gagliasso ganhou o nome de Rancho da Montanha — tem até conta própria no Instagram. Trata-se de uma propriedade na Paraíba do Sul, no interior do Rio de Janeiro, na qual o ator planeja plantar 100.000 árvores e fazer a soltura de animais silvestres.

A origem das primeiras, parte delas trazidas com vários metros de altura, é o viveiro Fábrica de Árvores. Enraizado em Bragança Paulista, a 90 quilômetros de São Paulo, o empreendimento ganhou fama por adotar um método que não arranca as mudas do chão.

Falamos do chamado root maker. Desenvolvido pelo horticultor americano Carl Whitcomb, o método de plantio se vale de vasos plásticos com ranhuras, que estimulam o crescimento e a concentração das raízes. Estas acabam mais espichadas, e por isso absorvem mais água e nutrientes, o que se traduz em espécimes mais produtivos e exuberantes. O fato de que nenhuma planta precisa ser arrancada do chão diminui os traumas na hora do transporte. Isso porque quando uma árvore é vendida todas as raízes vão junto.

Fábrica de Árvores, em Bragança Paulista: viveiro ganhou fama por adotar método que não arranca as mudas do chão (Fábrica de Árvores)

A história da empresa

Vizinha ao requintado condomínio Quinta da Baroneza, a Fábrica de Árvores foi fundada em 2009 pelo paulistano Alex Vicintin e um tio, o empresário Arthur Vicintin. Numa área equivalente a vinte campos de futebol estão plantadas cerca de 135.000 árvores, num total de 420 espécies, 90% delas nativas do Brasil. É uma crítica a um hábito comum dos paisagistas daqui — 90% das espécies usadas nos jardins nacionais são originárias de outros países.

Em vez de figueiras da Índia, pinheiros europeus e palmeiras washingtonias, que costumam abundar em bairros como Pacaembu e Higienópolis, o viveiro aposta em espécies nativas e raras como canela amarela, dedaleiro e alecrim de Campinas.

“Nossa missão é ajudar a diminuir o risco de extinção de algumas delas e preservar o que é próprio daqui”, afirma Alex, à frente do empreendimento e em busca de investidores. Em tempo: um e-commerce deverá sair do papel em breve.

As mudas menores custam a partir de 12 reais, enquanto os exemplares com mais de 5 metros de altura podem sair por 15.000 reais. Não faltam espécies frutíferas como jabuticabeiras e pitangueiras, além de outras que simbolizam a cidade de São Paulo, mas que pouca gente conhece.

O cambuci, por exemplo, que batiza um conhecido bairro na região central e dá uma frutinha bem ácida. Ou o araçá, nome de um dos cemitérios mais lembrados da capital. O ipê branco, o ipê roxo e o ipê amarelo figuram entre os campeões de pedidos. “Você sabia que é possível morar em uma grande cidade e mesmo assim ter uma floresta dentro de casa?”, sugere Alex.

Tão logo foi instituída, a Fábrica de Árvores caiu nas graças de paisagistas renomados como Benedito Abbud, Alex Hanazaki e Ricardo Cardim. Um dos projetos paisagísticos mais comentados deste último, o edifício Seed, na Vila Olímpia, tem a fachada recoberta com árvores, palmeiras e arbustos saídos do viveiro de Bragança Paulista.

Cardim é o idealizador do projeto Floresta de Bolso, que almeja espalhar trechos de Mata Atlântica pela capital paulista. Um deles foi plantado há alguns anos no Largo da Batata, em Pinheiros, conhecido pela incômoda aridez. Alex diz ter doado 5.000 mudas para a iniciativa.

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