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Pessoas que moram perto do metrô reduzem despesas com estacionamento, manutenção veicular e até multas de trânsito, podendo direcionar esses valores para outros investimentos ou melhorias na qualidade de vida. (ViaQuatro/Divulgação)
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Publicado em 12 de agosto de 2025 às 17h32.
A busca por um imóvel ideal envolve uma série de fatores, e a proximidade com o transporte público tem ganhado cada vez mais peso nessa decisão. Em grandes centros urbanos, onde o tempo se tornou um recurso valioso, morar perto de uma estação pode representar horas extras no dia e uma economia considerável no orçamento familiar.
No Brasil, manter um carro popular pode custar em média R$ 743 por mês, enquanto o transporte público representa menos de um terço desse valor. Essa diferença financeira, somada à praticidade de evitar congestionamentos que consomem horas produtivas, tem levado muitos compradores a priorizar imóveis próximos às linhas metroviárias. Mas será que essa escolha vale mesmo a pena?
A vida próxima ao metrô — principalmente em grandes metrópoles como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte — oferece benefícios que vão além da simples locomoção. Uma das principais vantagens é a acessibilidade ampliada, já que as estações conectam diferentes regiões e eliminam barreiras físicas com acessos adaptados.
Outro ponto positivo é a economia de tempo no deslocamento diário. Em vez de enfrentar horas no trânsito, moradores ganham previsibilidade com intervalos regulares dos trens. Essa otimização permite dedicar mais tempo a atividades importantes como família, estudos ou lazer.
A sustentabilidade também entra na equação. O metrô é um dos meios de transporte com menor emissão de carbono, e optar por ele significa contribuir para a redução da poluição sonora e atmosférica nas grandes cidades.
A resposta é sim, e os números comprovam isso. Enquanto um carro popular demanda gastos anuais superiores a R$ 8 mil – considerando IPVA, gasolina, revisões e seguro –, o uso diário do metrô representa um custo mensal médio de R$ 220, baseado em 22 dias úteis.
Essa economia vai além do combustível. Pessoas que moram perto do metrô reduzem despesas com estacionamento, manutenção veicular e até multas de trânsito, podendo direcionar esses valores para outros investimentos ou melhorias na qualidade de vida.
A cautela fica em considerar que algumas regiões próximas às estações costumam apresentar um custo de vida mais elevado. Comércios e serviços locais tendem a ajustar preços devido à alta demanda, o que pode prejudicar o orçamento doméstico de outras formas.
É inegável que uma estação perto do imóvel se torna um atrativo na hora do negócio. Entretanto, essa dinâmica sofre influência de outras variáveis.
Um exemplo disso é que, segundo levantamento do Loft Dados publicado em 2022, estar próximo a uma estação da linha amarela em São Paulo valoriza o preço do imóvel em 4%, em média. A cada 500 metros de distância, há um desconto de aproximadamente R$ 29 mil no valor. Essa valorização ocorre devido à alta procura tanto para compra quanto para locação.
Apesar disso, o efeito não é uniforme em todas as estações. Nas proximidades de Higienópolis-Mackenzie, Faria Lima e Fradique Coutinho, a influência no valor é menor. Já nas estações Luz, República e Oscar Freire, a valorização é mais expressiva. Curiosamente, em algumas áreas como Paulista e São Paulo-Morumbi, imóveis mais afastados podem ser até 3,7% mais caros.
Essa variação reflete as características de cada região. Em bairros de alta renda, ter transporte público na porta pode não ser prioridade, e alguns moradores preferem evitar a movimentação intensa das estações.
Apesar dos benefícios, existem aspectos negativos que devem ser considerados. A poluição sonora é uma das principais queixas dos moradores, especialmente daqueles cujos imóveis ficam muito próximos às estações. O barulho constante dos trens e a movimentação de pessoas podem afetar o conforto acústico, principalmente em horários de pico.
Para quem trabalha em home office ou busca tranquilidade, essa agitação pode interferir no bem-estar diário. Além disso, a grande circulação de pessoas nas redondezas pode gerar preocupações com segurança, embora isso varie conforme a região e os horários.
O custo de vida elevado é outra questão. Aluguéis, produtos e serviços costumam ter preços mais altos em áreas bem localizadas. Essa realidade exige um planejamento financeiro cuidadoso para avaliar se os benefícios compensam os gastos extras.