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Uma das maiores transações de escritórios do ano vem de Brasília. O comprador: a União Europeia

Bloco comprou o imóvel da incorporadora Lotus, que já abrigava a delegação europeia no país, e vai utilizá-lo como ‘projeto modelo’ para as futuras representações diplomáticas

Formado por um conjunto de três blocos, o empreendimento fica ao lado da Ponte das Garças, do Aeroporto Internacional de Brasília e das embaixadas e consulados. (Lotus/Divulgação)

Formado por um conjunto de três blocos, o empreendimento fica ao lado da Ponte das Garças, do Aeroporto Internacional de Brasília e das embaixadas e consulados. (Lotus/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 16h59.

Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 17h10.

Uma das maiores transações corporativas do Brasil em 2025 está saindo fora do eixo Rio-São Paulo e com um comprador inusitado: a União Europeia.

O bloco fechou a compra do Lotus Prime, um edifício de 4,3 mil metros quadrados da construtora Lotus, por R$ 146,6 milhões – um dos raros 'triple A', o padrão máximo de qualidade do mercado imobiliário corporativo, da região.

O prédio já abrigava a delegação da UE desde que foi entregue, em 2023, na forma de um contrato de aluguel de 20 anos. Cinco meses depois da locação, contudo, o bloco já começou a demonstrar interesse na compra, negociada ao longo do ano passado e fechada nesta semana. Agora, o imóvel passa a integrar o patrimônio do bloco, sendo caracterizado como o “projeto modelo” para as futuras representações diplomáticas a nível global. O acordo foi fechado diretamente de Bruxelas, na Bélgica.

De acordo com a Lotus, a taxa de capitalização, o chamado "cap rate", foi de 5,1%. É uma taxa muito atrativa. O indicador mede a receita anual gerada pelo ativo com aluguéis versus o valor pago por ele – quanto menor, mais valorizado foi o ativo.

Esse tipo de transação em Brasília é raro. Algo semelhante já aconteceu com outros empreendimentos da Lotus que abrigam grandes instituições: o Lotus Corporate, vendido para o Banco Mundial em Brasília, e o Lotus 903, vendido para a ApexBrasil.

O Lotus Prime fica localizado no Lago Sul, com vista para o Lago Paranoá. Formado por um conjunto de três blocos, o empreendimento fica ao lado da Ponte das Garças, do Aeroporto Internacional de Brasília e das embaixadas e consulados.

O formato mais baixo, longe de se assemelhar à maioria dos edifícios de dezenas de andares que abriga grandes empresas, se explica: o Plano Diretor de Brasília, especialmente no que se refere ao Plano Piloto, limita a altura dos prédios para preservar a concepção urbanística original projetada por Lúcio Costa e manter o título de Patrimônio Mundial concedido pela Unesco.

À EXAME, o CEO da Lotus, Ruy Hernandez, afirma que o movimento também ocorre em meio a um cenário de escassez de prédios do tipo nas principais localizações de Brasília. Apesar disso, a incorporadora não pensa em investir em retrofit. “Não acreditamos nessa tese porque prédios antigos são limitados em termo de subsolo e pé-direito, fazendo com que eles não possam ser considerados triple A”, explica.

Outro destaque da companhia é o Lotus Tower, também em Brasília, um dos maiores empreendimentos da América Latina, com quase 10 mil metros quadrados ao lado da explanada dos ministérios e da rodoviária.

Além disso, a Lotus gerencia mais de 330 mil metros quadrados, com valor geral de venda (VGV) superior a R$ 10 bilhões.

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