Home office: opção de trabalho completamente remoto é realidade para apenas 12% dos entrevistados (Divulgação Pekic / Getty Images)
Repórter de Invest
Publicado em 12 de setembro de 2024 às 19h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2024 às 09h44.
Depois do boom do home office impulsionado pela pandemia de covid-19, o retorno ao trabalho presencial tem se tornado cada vez mais presente para os brasileiros. A porcentagem daqueles que trabalham presencialmente – em modelo 100% presencial ou híbrido – aumentou de 52% para 69% entre 2023 e 2024. A conclusão é do estudo Tendências de Moradia, publicado anualmente pelo DataZAP e apresentado no Conecta Imobi (veja metodologia completa abaixo).
O levantamento ouviu 718 pessoas de todo o Brasil e detectou que pouco mais da metade deles já trabalham presencialmente todos os dias (51%). Outros 39% trabalham em formato híbrido ou presencialmente com escalas de dias e semanas onde a presença no escritório é exigida. E apenas 12% continuam 100% no home office.
Entre aqueles que trabalham no formato híbrido, a maioria (30%) vai ao escritório apenas uma vez por semana. Na sequência, aqueles que trabalham presencialmente em média quatro vezes por semana representam 28% dos respondentes. O trabalho presencial duas vezes na semana é realidade para 26% dos participantes, enquanto outros 17% vão presencialmente em torno de três dias a cada semana.
O retorno ao trabalho presencial tem impactado a relação com a moradia. “Vemos, por exemplo, mais pessoas buscando imóveis na cidade em que moram: 80%. Entre quem afirma que pode trabalhar em casa, o desejo pelo espaço específico por um escritório é apontado por 59%”, afirma Gabriela Domingos, especialista em inteligência de mercado no Grupo OLX, dono do DataZAP.
Existe também uma preocupação com deslocamento. Três em cada quatro entrevistados disseram que a proximidade com vias de acesso – como ruas e avenidas – influenciam na escolha da localização do novo imóvel. Outros 47% buscam um lar próximo a pontos de ônibus, e 23% desejam opções ao redor de estações de trem ou metrô.
A pesquisa revelou que a maioria dos compradores e potenciais compradores de imóveis nos próximos 12 meses são homens (58%) entre 41 e 59 anos – a faixa etária representa 53% dos respondentes. Os casados ou em união estável são 60% dos respondentes; 67% deles tem filhos e 64% possuem animais de estimação. Quase 50% deles se encaixa na classe B, e 62% vivem na região Sudeste. Quanto à finalidade do imóvel, 88% buscam moradia e apenas 12% priorizam investimento.
Para cerca de 70% dos entrevistados, o orçamento para a compra do imóvel fica entre R$ 300 mil e R$ 500 mil. Além disso, 29% considera a aquisição pelo programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) – que contempla imóveis de até R$ 350 mil.
Sobre as perspectivas de mercado, 66% acredita que mudanças nas taxas de juros têm alta influência na dinâmica do setor. O vai e vem dos juros afeta principalmente a população de média renda, que fica mais vulnerável às condições de mercado para financiamento bancário.
Para 39% dos entrevistados, o imóvel ideal é um apartamento, preferência que sobe para 54% entre pessoas com mais de 61 anos. Já 35% optam por casas de rua.
Imóveis usados atraem 65% dos participantes da pesquisa, enquanto 13% preferem imóveis novos – especialmente Millennials, geração de 29 a 40 anos, com 27% deles preferindo lançamentos e 37%, imóveis nunca habitados.
O levantamento foi realizado pelo DataZAP por meio de questionário online com usuários dos portais ZAP imóveis, Viva Real e OLX que compraram ou têm interesse em comprar imóvel, entre 7 de junho e 7 de julho. Foram 718 entrevistas no total, com participantes de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 3,7 pontos percentuais para o total da amostra.