Repórter
Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 18h20.
A MRV (MRVE3), maior construtora da América Latina, divulgou nesta segunda-feira, 13, a prévia operacional do último trimestre de 2024. Um dos destaques apresentados foi a geração de caixa, que foi de R$ 370 milhões no trimestre, resultado que o CFO da empresa, Ricardo Paixão, considera bastante positivo.
O total de caixa gerado foi dividido entre todas as subsidiárias da construtora:
"É a primeira vez que todas geraram caixa no mesmo período. Já estávamos sendo muito cobrados por isso, e conseguimos", afirma Paixão. O CFO salienta que, no ano, foi gerado R$ 423 milhões de caixa apenas pela MRV Incorporação, o que supera o topo do guidance que a empresa havia informado ao mercado em março de 2024.
Em 2024, a MRV Incorporação bateu o recorde anual de R$ 10 bilhões de vendas. Considerando apenas o quarto trimestre, foram R$ 2,6 bilhões. O volume anual foi 17% superior ao de 2023, e 70% superior ao de 2022. "Isso mostra efetivamente como conseguimos crescer a nossa operação, aumentar o nosso volume de vendar e voltar ao patamar que já fizemos anteriormente, junto à rentabilidade", afirma.
A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa rendaO cenário positivo para as vendas fez com que mais lançamentos mais robustos acontecessem. Foram R$ 9,6 bilhões de lançamentos, sendo 66% desse valor superior ao dado de 2023 e 26% superior ao dado de 2022. No quarto trimestre de 2024, foram R$ 2,9 bilhões de lançamento.
"Como temos uma grande demanda pelo imóvel econômico e a capacidade de compra está alta, além do programa federal, temos vários estaduais, que ajudam o cliente a fazer essa aquisição, estamos bastante confiantes, colocando bastante produto na prateleira."
Já o volume de unidades produzidas cresceu 13% na comparação com 2023, e 11% quando comparado a 2022.
Como anunciado pela companhia no final de dezembro, a ideia é vender US$ 800 milhões de ativos da Resia, a subsidiária da MRV nos Estados Unidos, entre projetos e terrenos nos próximos dois anos. Já foram vendidos US$ 46,5 milhões. "Em 2025 teremos uma aceleração deste ritmo."
"O momento da Resia ainda é sensível. Do ponto de vista macroeconômico, temos o Fed [Federal Reserve] deixando os juros mais alto por mais tempo, o que pressiona os negócios da operação americana. Isso acontece porque, na hora de vender a propriedade, ele compara a taxa de juros de longo prazo com o retorno que ele terá. Consequentemente, os preços de vendas acabam ficando mais achatados. Foi com base nisso que traçamos o plano de desinvestimento", explica Paixão que percebe o mercado muito mais "tranquilo" com relação à Resia com o plano bem traçado.
Na visão do CFO da MRV, Ricardo Paixão, o programa Minha Casa Minha Vida começa 2025 melhor do que começou 2024. "Tivemos uma adequação do volume de recurso destinado a imóvel usado, que vai ser bem menor neste ano. Focamos realmente no que gera emprego, impostos e renda, que são os imóveis novos", afirma.
Paixão observa um número maior de estados aderindo a subsídios complementares ao programa federal. Ao longo de 2025, ainda mais estados devem aderir aos programas. "Nossa perspectiva para este ano é excelente. Estamos em um mercado bastante protegido em termos de taxa de juros e a nossa demanda é enorme", finaliza.