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Tenda: outro recorde foi o lucro líquido dos últimos 12 meses, de R$ 387 milhões. (Germano Lüders/EXAME.com)
Repórter de Mercados
Publicado em 7 de agosto de 2025 às 19h43.
Última atualização em 7 de agosto de 2025 às 20h05.
A Tenda (TEND3) mostrou que continua em trajetória de alta após a guinada do final de 2024, quando a última linha do balanço da construtora virou do prejuízo para o lucro. No segundo trimestre de 2025, a companhia reportou lucro líquido consolidado de R$ 204 milhões, quase 140% maior na comparação anual. Com isso, a companhia renovou, mais uma vez, o recorde de lucro líquido trimestral.
Outro recorde foi o lucro líquido dos últimos 12 meses, de R$ 387 milhões.
Na prévia operacional divulgada no mês passado, a Tenda reportou R$ 1,2 bilhão em vendas líquidas no segundo trimestre, aumento de 9,9% em relação ao mesmo ciclo de 2024. Os lançamentos da Alea, que atua na divisão de casas pré-fabricadas da companhia, no entanto, decepcionariam. Segundo analistas do Citi, isso poderia ofuscar o brilho do balanço da empresa.
Desconsiderando a Alea, que reportou prejuízo líquido de R$ 26 milhões, o lucro de Tenda teria sido de R$ 230 milhões. Fora isso, no consolidado, a Tenda queimou 62 milhões de caixa. Sem a Alea, que queimou R$ 64,7 milhões, haveria uma geração de caixa de R$ 2,5 milhões.
A margem bruta ajustada do segmento Alea foi revisada para um intervalo entre 6,0% e 10,0%, uma queda relevante em comparação com a projeção anterior de 20% a 24%. O objetivo é que a melhora no desempenho de Tenda compense o impacto da revisão.
A expectativa de lucro líquido consolidado para 2025 foi unificada e mantida entre R$ 360 milhões e R$ 400 milhões, excluindo resultados de operações de swap.
“De fato o resultado da Alea veio abaixo do esperado. O lado bom é que isso está sendo compensado pela Tenda”, afirma Luiz Maurício Garcia, CEO da companhia.
No segundo trimestre, a margem bruta ajustada da Alea foi de 4,5%, queda de 2,3 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior. Já no segmento Tenda, a margem foi de 36,5%, melhora de 5 pontos percentuais em relação mesmo trimestre do ano passado.
No consolidado, a margem bruta ajustada foi de 32%, com aumento de 2,6 pontos percentuais na comparação anual.
A receita líquida da Alea foi de R$ 99,2 milhões, aumento de 28,4% em relação ao primeiro trimestre e de 37,3% na comparação anual. Enquanto isso, a receita líquida da Tenda foi de R$ 892,3 milhões, 13,2% maior em relação ao trimestre anterior e de 26,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
A receita líquida consolidada foi de R$ 991,5 milhões, 14,6% maior em relação ao primeiro trimestre e 27,6% maior na comparação anual.
Em nota ao mercado, a administração da Tenda afirmou que a estratégia anterior de abrir novas áreas de atuação para a Alea estava ocorrendo antes da estabilização das anteriores. Diante disso, a alternativa foi concentrar os lançamentos em três cidades do interior de São Paulo (Tupã, Bauru e Ribeirão Preto), visando a estabilização das operações.
A mudança, segundo a nota, traz um impacto em margem e rentabilidade de curto prazo, mas é necessária para atingir o ponto de equilíbrio da operação em lucro e consumo de caixa, diz a nota.
Os resultados devem vir nos próximos anos. “O lucro deve vir em 2027, mas a estabilização deve vir já em 2026. Dado o ciclo do setor, que é longo, as margens melhores demoram mais”, explica Garcia.
A expectativa é que, assim como ocorreu com a Tenda entre 2023 e 2024, a Alea também vire do prejuízo para o lucro com essa nova estratégia, que inclui reduzir o turnover de fornecedores e funcionários próprios, e facilitar a verticalização de atividades.
As vendas líquidas da construtora, que inclui a marca homônima e a divisão Alea, subiram 17,4% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando R$ 1,2 bilhão.
Os dez empreendimentos lançados pelo grupo no período somaram um valor geral de vendas (VGV) de R$1,1 bilhão, avanço de 18,1% na comparação anual. Dos lançamentos no período, nove foram da marca Tenda e um da Alea.
No acumulado do ano, até junho, as vendas líquidas consolidadas da Tenda subiram 15,1%, para R$ 2,3 bilhões. Enquanto isso, o valor lançado no semestre aumentou 18,8% sobre um ano antes, para R$ 2 bilhões.
A construtora também anunciou que prevê assinar o projeto Casapatio Canoas, no Estado do Rio Grande do Sul, em 10 de julho. O projeto totaliza 1,5 mil unidades e um VGV de R$ 300 milhões que, caso confirmado, vai compor os resultados do terceiro trimestre.
A construtora registrou um Valor Geral de Vendas (VGV) consolidado de R$ 1,4 bilhão em lançamentos no período de abril a junho de 2025. O resultado é 12,7% maior comparado com igual intervalo de 2024, mas 11% abaixo do esperado pelo Citi. O banco americano classificou parte da prévia como fraca devido, sobretudo, ao desempenho a Alea.