Mercado imobiliário

Superlógica mira liderança entre imobiliárias após dominar gestão de condomínios

Com integração da Arbo, plataforma pretende fortalecer frente de atendimento a imobiliárias

Escritório da Superlógica: empresa é líder em gestão de condomínios e quer ser a maior em B2B para imobiliárias (DIVULGAÇÃO/Divulgação)

Escritório da Superlógica: empresa é líder em gestão de condomínios e quer ser a maior em B2B para imobiliárias (DIVULGAÇÃO/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 21 de setembro de 2024 às 10h01.

Criada no início dos anos 2000 como um software de gestão de condomínios, a Superlógica é hoje líder do setor, com 800 mil clientes e 50% de participação de mercado. O próximo passo é acelerar a frente de negócios para imobiliárias e, assim, se tornar a maior empresa B2B (business to business) do setor no país. 

A projeção é de Manoel Neto, diretor de negócios imobiliários da Superlógica. Neto é fundador da Arbo, startup que nasceu como um classificado online de imóveis e ganhou força oferecendo soluções de digitalização e otimização para imobiliárias parceiras. 

A Arbo foi comprada pela Superlógica no final de 2021 e a integração foi finalizada este ano com a criação da marca Superlógica Imobi. Na prática, o segmento continua sob o guarda-chuva de Neto, mas agora integrado à marca-mãe.

A meta da frente imobiliária é crescer dentro do grupo e passar a ser responsável por 50% do faturamento – a fatia está em 20% atualmente. A receita, por sua vez, deve crescer com a chegada de novas imobiliárias no ecossistema da Superlógica. 

A aquisição da Arbo colocou 4,4 mil imobiliárias no portfólio da empresa, e a meta é crescer a base para 10 mil imobiliárias em três anos. O montante representaria 25% do mercado endereçável nos cálculos da empresa. 

“O mercado [de B2B para imobiliárias] é muito pulverizado e existem diversas vertentes: software de locação, de gestão de financeira, de transações. Acreditamos que seremos o líder global até 2026”, afirmou Neto em entrevista à EXAME.

O objetivo coloca a Superlógica mais próxima da competição com os dois unicórnios do setor: QuintoAndar e Loft. Enquanto o QuintoAndar focou em uma estratégia voltada para o consumidor (B2C), a Loft tem investido no B2B e é a principal concorrente da Superlógica nesse mercado. 

“A Loft faz o mesmo movimento que nós, mas de um jeito diferente: ela primeiro serve as imobiliárias com serviços financeiros. Nós temos o software como tese principal de jornada para depois apresentar outros produtos”, explica o executivo. 

Hoje a Superlógica já tem algumas soluções de distribuição financeira na plataforma, como pagamento de boletos e seguro incêndio. A concessão de crédito começou recentemente com 100 imobiliárias – a liberação para todo o ecossistema chega em janeiro do próximo ano.

Software como diferencial

São duas as vantagens destacadas pela Superlógica para alcançar a ambição de ser a maior empresa de B2B para imobiliárias. A primeira é a liderança em software de gestão financeira. “É a frente que mais garante a permanência da imobiliária em uma plataforma, então ganhar mercado em outras frentes de software é mais simples do que naquele em que já temos a liderança.”

A segunda é direcionar todo o foco da empresa para conquistar o novo mercado. “Vamos colocar time, inteligência e caixa na frente imobiliária. Temos uma robustez que nos coloca em posição ímpar”, defende. Os primeiros investimentos foram feitos para integrar os sistemas de gestão de relacionamento com o cliente (CRM) e planejamento de recursos empresariais (ERP) ao WhatsApp, com uso de inteligência artificial.

A Superlógica recebeu R$ 450 milhões em aportes nos últimos anos para financiar a expansão. Os dois aportes vieram do Warburg Pincus, fundo norte-americano de private equity. O primeiro, em 2020, de R$ 300 milhões. O segundo, no ano passado, de R$ 150 milhões. 

Foram oito fusões e aquisições (M&A) desde então e, por ora, não há previsão de um novo aporte. Por outro lado, a abertura de capital na bolsa está nos planos e seria um “passo natural em alguns anos” na visão de Neto. A empresa não abre números de faturamento, mas informa que transacionou R$ 35 bilhões na plataforma em 2023.

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