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Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, fala sobre os dividendos da companhia (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Mercados
Publicado em 13 de novembro de 2025 às 16h32.
Última atualização em 13 de novembro de 2025 às 16h40.
A Direcional (DIRR3) superou as expectativas do mercado ao registrar lucro recorde de R$ 230 milhões e Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 302 milhões no terceiro trimestre de 2025. A baixa alavancagem e forte desempenho operacional fizeram com que o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME) cravasse: “Esperamos dividendos de cerca de R$ 1 bilhão nos próximos meses”.
Ricardo Gontijo, CEO da Direcional, não confirma e nem nega o número, mas salienta a preocupação da companhia em distribuir os dividendos ainda neste ano para conseguir que eles não sejam tributados como prevê o projeto de lei que avança no Congresso. Segundo o projeto, lucros e dividendos pagos a pessoas físicas devem voltar a ser tributados partir de 2026.
A companhia distribuiu dividendos em janeiro e junho, nos valores de R$ 299 milhões e R$ 347 milhões, respectivamente, totalizando R$ 646 milhões. “Dentro do que a legislação permite e de nossa disciplina financeira, vamos buscar um menor custo ao nosso acionista”, afirma Gontijo à EXAME.
Partindo dessa tese, a Direcional teria até dezembro para realizar uma nova distribuição. “Encerramos o terceiro trimestre com um volume de reservas expressivo, o que nos dá a possibilidade de declarar dividendos. Mas o montante deve ser definido pelo nosso conselho até o fim do ano para que ele permaneça isento”, explica.
A venda da Riva, divisão que opera num segmento um pouco acima do Minha Casa, Minha Vida, foi concluída no mês de outubro, num total de R$ 416 milhões. Parte do valor entrou no segundo trimestre, parte no terceiro. “Naturalmente, esse valor reduz a alavancagem da Direcional, aumentando a posição de Caixa. Isso tudo nos permite devolver esse capital para o acionista”, afirma Gontijo.
Em dezembro do ano passado, a Direcional anunciou a venda de 7,55% da Riva. O comprador foi a gestora Riza, especializada em crédito e agronegócio. A fatia, no entanto, chegou a 15% no último mês.
A transação foi acordada antes do anúncio da nova faixa do Minha Casa, Minha Vida, que acabou incluindo parte do público atendido pela divisão. Nesse sentido, a movimentação permitiu reforçar a estrutura da Riva. A venda foi secundária — ou seja, os recursos vão para a Direcional —, mas a flexibilidade trazida pelo parceiro é uma alavanca para novos negócios, segundo Gontijo afirmou na época.