Patrocínio:
Escócia: ilha na costa oeste do país está a venda por £5,5 milhões. (Thinkstock)
Freelancer
Publicado em 17 de junho de 2025 às 07h43.
A Ilha de Shuna, localizada na costa oeste da Escócia, acaba de ser colocada à venda pela primeira vez em quase oito décadas. Com cerca de 1.100 acres e estrutura voltada ao turismo, o local está sendo ofertado por £5,5 milhões (cerca de US$ 7,4 milhões), segundo anúncio da corretora Knight Frank.
A ilha tem cerca de 5 quilômetros de comprimento por 2,5 de largura e abriga oito propriedades residenciais, além das ruínas de um antigo castelo e rebanhos de ovelhas. Embora não tenha estradas pavimentadas e o sinal de celular seja instável, o local atrai visitantes interessados em experiências isoladas e contato direto com a natureza.
A ilha pertence à mesma família desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Segundo Jim Gully, que cresceu em Shuna, sua avó - Viscondessa Selby - comprou o local nos anos 1940, após perguntar em uma imobiliária de Londres se havia ilhas à venda. “Foi uma decisão inusitada, mas ela buscava um novo começo e levou toda a família para lá”, contou ele à Bloomberg.
Gully lembra da infância na ilha como um período de liberdade e aventura. Mais tarde, passou a atuar nas atividades agrícolas e no turismo, ao lado do pai, que criou os filhos no local e fundou um negócio de hospedagem e caça. Hoje, aposentado e morando na ilha vizinha de Seil, a família decidiu vender Shuna para que novos donos possam investir e dar continuidade à sua história.
No século XIV, a ilha foi doada por Robert the Bruce ao clã Campbell. Depois passou para os Maclean, Buckley e Gully. No início do século XX, o milionário George Buckley, que ficou rico na corrida do ouro australiana, construiu um castelo na ilha, que hoje está em ruínas. A obra, com torres e fachada imponente, pode custar até £30 milhões.
Shuna combina paisagens variadas, com praias de areia, costas rochosas e baías protegidas. O acesso é feito por barco, com travessias de cerca de 10 minutos a partir da marina de Craobh ou do píer de Arduaine. Há também pontos de pouso para helicópteros, embora não exista heliponto oficial.
Fora da rede elétrica convencional, a energia é gerada por painéis solares, turbinas e geradores. A ilha abriga uma rica fauna, com veados, águias, golfinhos e focas, e chega a 90 metros de altitude em seu ponto mais alto.
Atualmente, sete das oito casas são alugadas como propriedades de temporada, com capacidade para até 52 pessoas. Os aluguéis funcionam entre abril e outubro, com preços entre £675 e £1.300 por semana. Cada casa inclui um barco, e os hóspedes podem participar de atividades como arco e flecha ou ajudar na coleta de ovelhas.
As casas são equipadas com cozinha, mas os mantimentos precisam ser comprados em Oban, a cerca de 32 quilômetros. A oitava casa abriga os caseiros. Segundo Gully, há visitantes que conheceram a ilha na infância e voltam anos depois com filhos e netos.
A família diz que nunca teve recursos para grandes investimentos na ilha. “Fizemos o que podíamos. Agora é hora de alguém novo continuar a história”, afirmou Jim. Ele acredita que a ilha pode atrair desde famílias em busca de reclusão até investidores interessados em ecoturismo.
Arqueólogos já encontraram no local evidências de ocupação humana com 9 mil anos e armas da Idade do Ferro. “Foi nosso lar e nossa paixão. Agora, esperamos que alguém traga nova vida para Shuna”, disse Gully.