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Mais próxima do metrô, Faria Lima 'Nova' vem atraindo cada vez mais escritórios (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 16h18.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2025 às 16h22.
A Faria Lima Nova, situada na área que circunda o Largo da Batata, entre as avenidas Rebouças e Pedroso de Morais, vem ganhando destaque como um dos próximos polos de expansão do mercado de escritórios na capital paulista. Segundo a Binswanger Brazil, o segmento, que reúne empreendimentos de alto padrão, apresenta características que atraem investidores e empresas dos setores de TI, telecomunicações, indústria, financeiro e jurídico.
O motivo para essa expansão talvez esteja no fácil acesso que a Faria Lima Prime — entre a Avenida Cidade Jardim e a Rua Fiandeiras — não tem.
A região considerada como 'nova' pela Binswanger Brazil conta com uma infraestrutura composta por estações de metrô, corredores de ônibus, ciclovias e faixas exclusivas para automóveis. Esse conjunto de vantagens contribui para a valorização do território, oferecendo mobilidade e conectividade para quem tem que utilizar os escritórios várias vezes na semana.
A existência de áreas disponíveis para a construção de novos empreendimentos comerciais também reforça o potencial de crescimento da região. O levantamento mostra que a Faria Lima Nova apresenta uma taxa de vacância de 14,6%, a mais elevada quando comparada a outras duas regiões da Faria Lima. Para efeito de comparação, a Faria Lima Prime – que se estende entre o Museu da Casa Brasileira (MCB) e a Avenida Hélio Pellegrino – registra uma taxa de 10,2%, enquanto a Faria Lima Central – localizada entre a Avenida Rebouças e o MCB – possui uma vacância de 11,4%.
A diferença entre as três categorias para a Faria Lima se refere, primeiramente, ao período de construção de cada região. A Central possui empreendimentos mais tradicionais, próximos ao Shopping Iguatemi, como o San Paolo e o Plaza Iguatemi. A Prime possui uma média de idade de empreendimentos mais recentes, construído em sua grande maioria a partir de 2010, além de concentrar empreendimentos de padrão construtivo mais alto, em sua maioria A+. Já a Nova é uma região de expansão, no entorno do Largo da Batata, que não teve uma relevância tão grande nos últimos anos, mas que já é possível ver algumas iniciativas para a região e, consequentemente, novos prédios e retrofits.
"Também tem uma diferença de público, visto que Faria Lima Central e Prime conseguem trabalhar com preços mais altos, possuindo segmentos mais exclusivos, como financeiro e advocacia, além das principais empresas de internet. Faria Lima Nova ainda não subiu tanto os preços, o que acaba atraindo empresas de mais variados segmentos", afirma à EXAME Paulo Izuka, gerente de inteligência de mercado da Binswanger Brazil.
O estudo destaca que, embora haja forte demanda por escritórios de padrão A+ na região, a oferta predominante é de imóveis classificados como padrão A. Enquanto a vacância de empreendimentos A+ se mantém em 2,5%, os edifícios de classe A chegam a ter até 20,2% dos espaços vagos.
Com um estoque de aproximadamente 130 mil metros quadrados distribuídos em nove empreendimentos, a região demonstra dinamismo e espaço para novas construções. Em contraste, o segmento mais nobre da Faria Lima reúne 535 mil metros quadrados, divididos em 29 empreendimentos, e a área intermediária concentra cerca de 45 mil metros quadrados em quatro edificações.
O valor médio do metro quadrado locado na Faria Lima Nova é de R$ 172,88, posicionando-se entre os valores praticados nas demais regiões. Na Faria Lima Prime, o preço médio é de R$ 262,18 por metro quadrado, e na Faria Lima Central, de R$ 120,00. Essa diferenciação se deve, em parte, aos edifícios recém-entregues na Faria Lima Nova, que contam com tecnologias e padrões construtivos mais atualizados em comparação com os imóveis centrais.
O potencial de valorização da Faria Lima Nova deve aumentar com a realização do próximo leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs), que permitirá que os desenvolvedores explorem áreas maiores do que as inicialmente permitidas. Atualmente, sem um certificado, o investidor só pode construir o equivalente à área do próprio lote. Com o Cepac, o potencial construtivo pode aumentar algumas vezes o tamanho do terreno determinado pelo Plano Diretor.
Além dos incentivos regulatórios, o cenário macroeconômico tem apontado para uma retomada do trabalho presencial em ambientes corporativos. Empresas passam a demandar escritórios com maior área por posto de trabalho e presença física mais consistente, fatores que colaboram para a revalorização do mercado de imóveis comerciais na região.