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Prédio mais alto de São Paulo será inaugurado no Tatuapé em julho; conheça

Edifício no Tatuapé tem 172 metros de altura e abrigará 190 quartos de hotel, 80 apartamentos, 50 salas corporativas e 19 lojas térreas

Platina 220, prédio mais alto da cidade de São Paulo (Porte Engenharia/Divulgação)

Platina 220, prédio mais alto da cidade de São Paulo (Porte Engenharia/Divulgação)

AO

Agência O Globo

Publicado em 11 de maio de 2022 às 11h58.

Última atualização em 11 de maio de 2022 às 13h50.

Dois metros a mais foram suficientes para o edifício Platina 220, no Tatuapé, Zona Leste da capital paulista, ultrapassar o emblemático Mirante do Vale, localizado no Centro, e virar o prédio mais alto da cidade de São Paulo. Com 172 metros de altura e 50 pavimentos, o novo empreendimento abrigará 190 quartos de hotel, 80 apartamentos, 50 salas corporativas e 19 lojas térreas. A previsão é que o prédio seja finalizado em julho: restam apenas alguns detalhes para a finalização da obra. Todas as áreas corporativas já foram vendidas.

O terreno, localizado na Rua Bom Sucesso, tem 6,4 mil metros quadrados, que abrigam 57 mil metros de área construída. Para levar o batalhão que deve frequentar o endereço, vinte elevadores foram instalados no edifício. Seis deles têm a velocidade aumentada e levam apenas 42 segundos para chegar ao topo do edifício — a ligeira movimentação causa até a sensação de “ouvido entupido” nos passageiros.

Construtora lança apartamento decorado no metaverso

A chegada do espigão de concreto, porém, não é uma ação isolada. O bairro do Tatuapé teve alta na verticalização nos últimos anos. Por lá também se encontra o prédio residencial mais alto da cidade, com 168 metros de altura, instalado em 2021. O empreendimento é da mesma construtora Porte Engenharia, que diz não ser “uma coisa planejada” a construção dos dois arranha-céus com 1,6 km de distância entre eles.

Infográfico Platina 220

O porte agigantado dos prédios, diz a empresa, foi consequência de outro desejo: deixar as calçadas livres para o trânsito de pessoas, sobretudo entre os comércios que devem ocupar as vagas na altura da rua. Nesse sentido, foi preciso erguer a torre mais ao alto para ter uma maior ocupação dos espaços sem avançar nas calçadas.

— Aqui estamos em uma estrutura de bairro. Portanto, não faz sentido criamos um eixo similar ao da Avenida Berrini (com uso estritamente comercial), queremos uma área dinâmica, com espaço para caminhar, algo que fica composto com as diferenças de uso do prédio — diz Moniza Camilo, coordenadora de Ciência Urbana da construtora responsável pelo projeto.

Uma das principais referências para a instalação do novo prédio, com usos diversos, é a Avenida Paulista, que figura como importante eixo comercial da cidade, mas tem vida noturna pujante.

Movimentações no Tatuapé

Ao todo, é esperado que seis novos prédios cheguem a esse trecho do Tatuapé, próximo à Radial Leste, um pedaço que ficou conhecido como “Eixo Platina”. O tal eixo se configura com a seguida instalação de prédios com lajes residenciais, comerciais e de serviços em uma mesma estrutura. Do montante, metade já saiu do papel. Ao todo, estima-se que a construtora vá investir 2 bilhões de reais no projeto, a ser finalizado em 2025.

Para se ter uma ideia da movimentação no entorno, a vacância de salas comerciais na região saltou de 4,6%, no final de 2021, para 31,6% no primeiro trimestre de 2022, mostra levantamento da SiiLA, multinacional de dados e análises de edifícios comerciais, realizado a pedido do GLOBO.

Conheça o futuro prédio mais alto de São Paulo: 46 andares e 172 metros

Os números ainda não refletem a presença do Platina, mas dão conta da chegada de novos empreendimentos na região. Um deles, o Crona 665, adicionou 12 mil metros quadrados de escritórios corporativos ao Tatuapé. Assim como o gigante, o Crona 665, da mesma empresa, faz uso misto do terreno, com uso comercial, mas também com lojas, hotéis e serviços.

Uma crítica recorrente na região, porém, é que a renovação se faz pela chegada de prédios com padrão mais elevado, o que impediria a presença de mais famílias com baixo poder aquisitivo no entorno, grupos que se beneficiariam do alto oferecimento de transporte coletivo na região.

— O plano diretor de 2014 e o zoneamento de 2016 incentivaram a verticalização perto do transporte público. Além disso, incentivou-se o uso misto do prédio, não é mais aquele edifício exclusivamente residencial (ou comercial) — explica Lucas Chiconi, morador da região e urbanista. — Essa mudança é bem notável, os prédios que estão sendo construídos no Eixo Platina já seguem essa linha. Mas temos questões mais delicadas. Uma delas é sobre quem está vindo morar nesses prédios. Sabemos que não é o morador de Guaianazes (área mais periférica da cidade) que está vindo para cá — conclui.

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