Mercado imobiliário

Preços de aluguel desaceleram e ficam atrás das vendas pela primeira vez em três anos, diz FipeZAP

Levantamento mostra que aluguel continua avançando além dos principais índices de inflação

Salvador: capital baiana teve a maior alta de preços entre as principais cidades do levantamento (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Reprodução)

Salvador: capital baiana teve a maior alta de preços entre as principais cidades do levantamento (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr/Reprodução)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 15 de outubro de 2024 às 18h35.

Os preços para alugar um imóvel no Brasil vem enfrentando uma desaceleração desde abril de 2023. Em setembro, uma novidade: a variação do índice de locação ficou abaixo das vendas pela primeira vez desde agosto de 2021

Os preços subiram 0,65% para aluguéis e 0,71% no caso das vendas.

As informações são do Índice FipeZAP de setembro. O indicador acompanha mensalmente a variação dos preços de locação de imóveis residenciais em 36 cidades selecionadas (veja metodologia abaixo).

A desaceleração do ritmo de reajuste de aluguéis era esperada, segundo Paula Reis, economista do DataZAP. “O preço do metro quadrado de locação se recuperou rapidamente no pós-pandemia e, com o controle da inflação, o espaço para repasses ficou menor.”

Nas vendas, o movimento é o inverso. Desde janeiro deste ano, o FipeZAP nota uma leve aceleração nos preços. A explicação, na visão de Reis, vêm do desempenho positivo da economia brasileira. 

“Mesmo depois do fim do ciclo de cortes da Selic, a concessão de crédito imobiliário ainda cresce em termos reais com uma taxa média de financiamento praticamente constante no primeiro semestre do ano. Contribuem para esse cenário as políticas de financiamento habitacional, como o MCMV, além de mercado de trabalho com baixa taxa de desocupação e massa de renda real crescente.”

Apesar da desaceleração, o Índice FipeZAP de locação ficou acima dos principais índices de inflação do País, o IPCA (+0,44%) e o IGP-M (+0,62%). 

Onde os preços mais subiram?

Já entre as 36 cidades acompanhadas, 29 apresentaram valorização do aluguel, incluindo 17 das 22 capitais que compõem a lista. A maior alta do período segue com Salvador, capital da Bahia. Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, vem também em destaque no ranking.

Veja o ranking das capitais:

  • Salvador/BA (+3,67%); 
  • Porto Alegre/RS (+2,62%); 
  • Belém/PA (+1,73%); 
  • Fortaleza/CE (+1,49%); 
  • Teresina/PI (+1,41%); 
  • Cuiabá/MT (+1,36%); 
  • Belo Horizonte/BH (+1,14%);
  • Natal/RN (+1,12%); 
  • Manaus/AM (+1,02%); 
  • Curitiba/PR (+0,94%); 
  • Vitória/ES (+0,87%); 
  • Recife/PE (+0,75%); 
  • Campo Grande/MS (+0,62%); 
  • São Paulo/SP (+0,38%); 
  • Goiânia/GO (+0,25%); 
  • João Pessoa/PB (+0,12%);
  • Florianópolis/SC (+0,03%)
  • Aracaju/SE (-2,62%); 
  • Maceió/AL (-0,11%); 
  • Rio de Janeiro/RJ (-0,22%); 
  • São Luís/MA (-0,23%); 
  • Brasília/DF (-0,27%).

Metodologia do Índice FipeZAP 

O Índice FipeZAP de Locação Residencial avalia os preços de locação residencial em 36 cidades brasileiras.  Os preços considerados se referem a anúncios para novos aluguéis. 

O índice não incorpora em seu cálculo a correção dos aluguéis vigentes, cujos valores são reajustados periodicamente de acordo com o especificado em contrato. Segundo o FipeZAP, isso permite que o índice capte de forma mais dinâmica a evolução da oferta e da demanda por moradia ao longo do tempo. 

Acompanhe tudo sobre:indice-fipezapSalvadorCidadescidades-brasileiras

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