Mercado imobiliário

Preço anunciado de imóveis é 17% mais alto que valor final, mostra estudo

Em alguns bairros de São Paulo, a diferença pode chegar a 55%, diz levantamento inédito da startup Loft

Apartamentos em São Paulo: a diferença no preço anunciado e pago dificulta a avaliação do metro quadrado real (Germano Lüders/Exame)

Apartamentos em São Paulo: a diferença no preço anunciado e pago dificulta a avaliação do metro quadrado real (Germano Lüders/Exame)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 16 de outubro de 2020 às 08h00.

Uma prática recorrente no mercado imobiliário é a publicação de um anúncio de um imóvel por um valor mais alto do que aquele que o proprietário de fato espera receber, porque, obviamente, já se leva em conta a negociação com potenciais compradores. Apesar de ser um hábito até já esperado por quem vende ou compra um imóvel, essa diferença entre o preço pedido e o preço pago dificulta a avaliação do valor real do metro quadrado num bairro ou em uma cidade.

Um estudo inédito conduzido pela startup Loft, e obtido com exclusividade pela EXAME, dá uma ideia de como os valores podem variar. Na cidade de São Paulo, o preço anunciado de um imóvel é, em média, 17% mais alto do que o preço de fato pago por ele, segundo o levantamento da empresa.

Em um bairro como o Jardim Paulista, em uma das regiões mais valorizadas da cidade, a variação é ainda maior: 55%. O bairro lidera a lista dos que têm a maior diferença entre o preço anunciado e efetivamente pago, seguido de Jardim América (33%) e Pinheiros (30%). O dado leva em conta somente as transações de imóveis realizadas no mês de agosto.

Por outro lado, bairros como Lapa, Vila Romana e Vila Madalena são os que apresentam a menor diferença. Na Lapa, o valor anunciado foi igual ao do valor transacionado (0% de diferença). Já no caso da Vila Romana e da Vila Madalena, o valor transacionado foi menor do que o preço anunciado, com uma diferença negativa de -4% e -5%.

Para fazer o estudo, a startup diz ter usado os dados públicos das matrículas dos imóveis registradas em cartório e os registros municipais de imóveis. As informações foram cruzadas com dados de anúncios de imóveis, levando em conta as características de cada imóvel, como localização, área, número de quartos, entre outras.

Com base nos dados, a Loft também calculou os bairros que tiveram a maior e a menor valorização no preço do metro quadrado no mês de agosto. Os que mais se valorizaram foram Campo Belo (32% de aumento, preço mediano de 7.702 reais/m2), Vila Romana (28%, 9.062 reais/m2) e Brooklin (25%, 11.388 reais/m2).

Já os bairros que com a maior desvalorização no metro quadrado foram Jardim Paulista (-17%, 7.405 reais/m2), Vila Madalena (-17%, 10.000 reais/m2) e Itaim Bibi (-11%, 10.445 reais/m2).

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