Os fundos multimercado têm se destacado como uma opção atrativa para quem deseja diversificar os investimentos e potencializar os rendimentos. Eles são uma modalidade de investimento coletivo que aplica recursos em diversos tipos de ativos, como renda fixa, ações, câmbio e derivativos.
Essa flexibilidade permite que os gestores adaptem a estratégia de acordo com as condições do mercado, buscando otimizar os rendimentos. Tais fundos são indicados para investidores que desejam combinar segurança e retorno potencial, equilibrando risco e diversificação.
Como funcionam os fundos multimercado?
Para entender os fundos multimercado, basta pensar neles como uma “cesta” de investimentos administrada por gestores profissionais. Estes tomam decisões estratégicas para alocar os recursos, podendo alterar a composição da carteira conforme as condições do mercado.
Como investem em diferentes classes de ativos, os fundos ajudam a diluir o risco de forma eficiente. Em relação à liquidez, a maioria permite o resgate das cotas em prazos variados, que podem ir de poucos dias a semanas, dependendo da política do mesmo.
Antes de investir em um, no entanto, é preciso estar atento aos custos, duas taxas comuns são: a de administração e taxa de performance.
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Por que investir em fundos multimercado? É seguro?
Além da diversificação de ativos, fundos multimercados [grifar]ajudam a reduzir os riscos associados a mercados específicos. Ao mesmo tempo, combinam renda fixa, ações e outros ativos, oferecendo a chance de ganhos superiores aos da poupança ou do Tesouro Selic.
Podem ser considerados seguros dependendo da estratégia adotada:
- Fundos conservadores têm maior alocação em renda fixa e apresentam baixo risco;
- Fundos mais agressivos podem investir em ações e câmbio, assumindo maior volatilidade.
A escolha deve ser feita com base no perfil de risco do investidor e no histórico de desempenho do fundo.
Quais fundos existem?
Cada tipo de fundo adota uma abordagem diferente em relação à diversificação e aos ativos utilizados. Abaixo estão os principais multimercado:
- Balanceados: buscam manter uma alocação equilibrada entre renda fixa e renda variável, conforme uma proporção definida no regulamento (por exemplo, 60% em renda fixa e 40% em ações);
- Dinâmicos: têm maior liberdade para alterar a alocação de ativos de acordo com as condições de mercado;
- Capital protegido: parte dos recursos é investida em ativos de baixo risco, como títulos públicos, enquanto outra parte vai para ativos mais arriscados, como ações ou derivativos. Isso garante proteção ao capital inicial;
- Macro: baseiam-se em análises macroeconômicas para investir em ativos que refletem tendências globais, como mudanças nas taxas de juros, inflação e políticas monetárias;
- Trading: são voltados para operações de curto prazo, aproveitando movimentos rápidos de mercado, como variações de preços em ações, câmbio e derivativos;
- Long and Short: adotam estratégias simultâneas de compra (long) de ativos que acreditam que vão valorizar e venda (short) de ativos que esperam que desvalorizem;
- Juros e moedas: focados em ativos relacionados a taxas de juros e moedas, como contratos futuros de câmbio ou títulos públicos atrelados à Selic;
- Livre: não têm restrições em relação à alocação de ativos, podendo investir em diversas classes, como renda fixa, ações, câmbio e commodities;
- Investimento no exterior: alocam uma parcela significativa ou total em ativos estrangeiros, como ações, ETFs e moedas, aproveitando oportunidades globais.
Como escolher um fundo multimercado?
Para escolher a opção ideal é preciso fazer uma análise criteriosa de diversos fatores. Os essenciais são:
1. Perfil de risco
Entender qual é o apetite do investidor por risco.
- Conservador: Prefere segurança e estabilidade, mesmo que os retornos sejam menores. Fundos multimercado conservadores têm maior alocação em renda fixa e menor exposição a ativos de risco, como ações;
- Moderado: Está disposto a assumir algum risco para obter retornos superiores. Os moderados costumam diversificar entre renda fixa, ações e câmbio;
- Agressivo: Focado em maximizar retornos, mesmo assumindo alta volatilidade. Opções mais agressivas podem ter maior exposição a ações, derivativos e moedas estrangeiras.
2. Histórico de rentabilidade
Avaliar o desempenho passado do fundo ajuda a entender como ele se comportou em diferentes cenários de mercado.
- O que observar: Verificar a consistência dos rendimentos em períodos de alta e baixa nos mercados. Fundos que entregam resultados estáveis, mesmo em crises, indicam uma gestão eficiente. É importante lembrar, no entanto, que resultados anteriores não garante retornos futuros. Use o histórico apenas como uma referência.
3. Taxas
As taxas cobradas pelo fundo podem impactar diretamente a rentabilidade líquida. Veja como são cobradas as principais:
- Taxa de administração: Existe para remunerar o gestor e a equipe responsável pela administração do fundo. O mais indicado é escolher aqueles com valores abaixo de 2% ao ano, especialmente em estratégias conservadoras;
- Taxa de performance: Diz respeito à uma porcentagem sobre os rendimentos que excedem o benchmark (índice de referência, como o CDI). Fundos com alta taxa de performance (acima de 20%) podem reduzir seus ganhos, então avalie se os rendimentos justificam o custo.
4. Liquidez
Refere-se ao prazo necessário para resgatar o dinheiro investido no fundo.
- Alta liquidez: Aqueles com resgate diário ou em poucos dias úteis. São indicados para quem precisa de acesso rápido ao dinheiro;
- Baixa liquidez: Aqueles com resgate em prazos mais longos (30 dias ou mais). Adequados para investimentos de longo prazo e geralmente oferecem rendimentos maiores.
5. Política de investimentos
Cada fundo multimercado tem uma política de investimentos própria, descrita no regulamento, que define os ativos nos quais ele pode investir.
- O que observar: Ler o regulamento para entender os limites de alocação em renda fixa, ações, câmbio e derivativos. Fundos que permitem grande exposição a ativos de risco podem ser mais voláteis. Uma boa estratégia é identificar se o fundo é mais voltado para preservação de capital, crescimento moderado ou ganho agressivo.
6. Benchmark (índice de referência)
O benchmark é o indicador usado para comparar o desempenho do fundo. Os multimercado geralmente utilizam o CDI, mas outros índices, como o Ibovespa, podem ser utilizados.
- O que observar: Verificar se o fundo tem superado consistentemente o benchmark. Aqueles que não atingem o índice de referência podem indicar baixa eficiência na gestão. É indicado comparar a rentabilidade líquida (descontando taxas) com o indicador para avaliar o desempenho real.
É preciso declarar fundos multimercado no Imposto de Renda?
Assim como a maioria dos os rendimentos obtidos de investimentos, o dos fundos multimercados também devem ser declarados no Imposto de Renda (IR). A Receita Federal segue a tabela regressiva, com alíquotas que variam de 22,5% (até 180 dias) a 15% (acima de 720 dias).
Para declarar é preciso informar os valores das cotas e os rendimentos no campo específico de "Bens e Direitos". O imposto retido na fonte (come-cotas) deve ser incluído no cálculo final.
Por que você deve saber disso?
Investir em fundos multimercado pode ser uma alternativa inteligente para diversificar sua carteira e potencializar seus ganhos, especialmente em momentos de incerteza no mercado.
Entender como eles funcionam, seus riscos e como declarar no Imposto de Renda ajuda a tomar decisões mais informadas e alinhadas aos seus objetivos financeiros. Com um planejamento adequado, você pode aproveitar os benefícios da gestão profissional e maximizar o retorno sobre seus investimentos, sem abrir mão da segurança e da flexibilidade