Mercado Imobiliário

Patrocínio:

Design sem nome (3)

O que é o IPTU progressivo no tempo e como ele é aplicado a imóveis ociosos?

Instrumento legal força o uso de imóveis subutilizados com aumento anual de imposto e pode culminar em desapropriação

Ao penalizar financeiramente a ociosidade, força a ativação de imóveis em áreas valorizadas e conecta interesses públicos e privados na organização das cidades (M-image/Thinkstock)

Ao penalizar financeiramente a ociosidade, força a ativação de imóveis em áreas valorizadas e conecta interesses públicos e privados na organização das cidades (M-image/Thinkstock)

Publicado em 19 de maio de 2025 às 16h16.

A cada esquina de cidade grande, há imóveis vazios, paredes esquecidas e terrenos subutilizados que destoam do ritmo acelerado do entorno. À primeira vista, parecem apenas resquícios de um passado mal resolvido ou investimentos aguardando valorização. Mas, na prática, são espaços que poderiam cumprir uma função social e que, se não usados, podem pesar no bolso do proprietário com o chamado IPTU progressivo no tempo.

Trata-se de uma cobrança mais pesada de imposto sobre imóveis ociosos, autorizada por lei e que pode crescer ano após ano, até forçar a utilização adequada da propriedade. Criado para combater a especulação e garantir que terrenos e edifícios em áreas urbanas cumpram sua função social, o instrumento está previsto na Constituição e regulamentado pelo Estatuto da Cidade.

O que é e como funciona o IPTU progressivo

O Imposto Predial e Territorial Urbano, mais conhecido como IPTU, é uma obrigação anual dos proprietários de imóveis nas cidades brasileiras. A versão "progressiva no tempo", no entanto, tem um caráter diferente: ela é uma sanção extrafiscal, ou seja, seu objetivo não é arrecadar mais, mas forçar o uso adequado de propriedades.

A aplicação começa com uma notificação formal da prefeitura, exigindo que o dono do imóvel subutilizado tome providências. Caso o terreno ou edifício continue ocioso após o prazo estipulado, o imposto passa a subir anualmente, dobrando sua alíquota.

Esse aumento pode durar até cinco anos, chegando ao teto previsto na legislação municipal — geralmente de até 15% do valor venal. Se, mesmo após esse período, a propriedade seguir sem uso, o município pode iniciar um processo de desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública.

Diferenciais do instrumento

A grande força do IPTU progressivo está em sua capacidade de estimular a ocupação de áreas urbanas com infraestrutura já instalada, onde a ociosidade traz impactos negativos como insegurança, degradação e encarecimento do entorno.

A progressividade transforma o custo de manter um imóvel parado em um problema financeiro crescente para o proprietário, quebrando a lógica da espera passiva por valorização ou especulação imobiliária. Para os governos, o mecanismo não depende de grandes investimentos, mas apenas de fiscalização e regulamentação local.

Fatores a considerar

Para que o IPTU progressivo seja implementado, é essencial que a cidade tenha um Plano Diretor atualizado, que defina o que é considerado "uso adequado" em cada zona urbana. Sem essa base legal, a prefeitura não pode iniciar o processo.

Também é preciso garantir transparência e critérios objetivos na aplicação, evitando abusos e insegurança jurídica. A comunicação com os proprietários e o uso de cadastros atualizados são essenciais para que o instrumento funcione como planejado.

Uma ferramenta contra a especulação

O IPTU progressivo no tempo é uma peça-chave no arsenal de políticas urbanas. Ao penalizar financeiramente a ociosidade, força a ativação de imóveis em áreas valorizadas e conecta interesses públicos e privados na organização das cidades.

Mais do que uma punição, o imposto progressivo é um estímulo para que propriedades abandonadas voltem a ter função social, seja como moradia, comércio ou serviço.

Acompanhe tudo sobre:Guia do Mercado Imobiliário

Mais de Mercado Imobiliário

O que fazer se o proprietário não quer consertar um problema grave no imóvel alugado?

O condomínio pode cobrar multas por infrações sem aviso prévio?

Posso sublocar um quarto do imóvel que aluguei?

Após comprar Hilton em São Paulo, CVPar dobra aposta em hotéis com marca própria