Uma das principais vantagens é a segurança financeira que o fundo oferece ao condomínio (Getty/Getty Images)
Publicado em 22 de maio de 2025 às 15h23.
Em qualquer condomínio, o inesperado é uma certeza: um cano estourado, o elevador que para, uma reforma urgente. Para não deixar esses problemas travarem a rotina dos moradores, existe um mecanismo financeiro estratégico e obrigatório, mas pouco compreendido por muitos, o fundo de reserva. Este recurso, formado por contribuições mensais dos condôminos, funciona como um colchão financeiro para garantir que o condomínio consiga arcar com despesas emergenciais.
O fundo de reserva é uma quantia acumulada mensalmente pelos moradores, que geralmente corresponde a 5% a 10% do valor da taxa condominial. Essa porcentagem é definida em assembleia, seguindo as normas da convenção condominial. Diferente do caixa operacional, ele fica em uma conta separada, dedicada exclusivamente para cobrir gastos não previstos no orçamento anual.
Sua finalidade principal é assegurar que o condomínio tenha recursos para cobrir despesas que surgem de forma inesperada, como reparos urgentes em áreas comuns, manutenções corretivas e até mesmo situações de inadimplência.
O uso desse fundo é estritamente limitado a casos emergenciais ou imprevistos. Não se trata de uma verba para cobrir despesas rotineiras, como contas de água, luz ou salários de funcionários. Para utilizar o fundo, é necessário seguir as regras estabelecidas no regimento interno ou na convenção do condomínio.
Na maioria dos casos, gastos extraordinários exigem aprovação em assembleia com o quórum determinado. Além disso, a transparência na gestão é fundamental: toda movimentação deve ser registrada em ata e apresentada em prestação de contas para os moradores.
Uma das principais vantagens é a segurança financeira que o fundo oferece ao condomínio. Sem ele, qualquer imprevisto pode resultar em cobranças emergenciais que desorganizam o orçamento dos condôminos.
Além disso, o fundo permite a realização rápida de reparos e substituições, evitando a deterioração de áreas comuns e equipamentos — fatores que valorizam o imóvel a longo prazo. Outro diferencial é a possibilidade de usar esse recurso para amenizar efeitos da inadimplência, evitando a suspensão de serviços essenciais.
Para garantir a eficácia do fundo, é essencial que seu saldo corresponda a pelo menos três meses da receita total do condomínio. Esse é um parâmetro recomendado por especialistas para garantir liquidez em situações de emergência.
A aplicação financeira do fundo deve ser conservadora, privilegiando investimentos de baixo risco e alta liquidez, como poupança ou títulos de renda fixa de curto prazo. Isso evita perdas e mantém o valor disponível para uso imediato.
Outro ponto crucial é que o fundo de reserva é parte do patrimônio coletivo do condomínio e, por isso, não pode ser revertido aos condôminos individualmente, mesmo em casos de venda ou saída.