Patrocínio:
No condomínio de lotes, os terrenos são as unidades autônomas, e cada proprietário tem a posse exclusiva do seu lote, com matrícula própria no Cartório de Imóveis (Joshua Leong/Unsplash)
Publicado em 16 de abril de 2025 às 16h29.
Imagine um espaço onde cada proprietário tem a liberdade de construir sua casa, mas, ao mesmo tempo, compartilha a responsabilidade pela manutenção das áreas comuns, como ruas e praças. Esse é o conceito do condomínio de lotes, um modelo que tem ganhado popularidade nos últimos anos, principalmente em empreendimentos urbanos planejados. Em vez de se limitar a imóveis já construídos, o condomínio de lotes se baseia na venda de terrenos, com cada proprietário possuindo uma fração exclusiva do lote e uma participação nas áreas compartilhadas.
Com o respaldo da Lei nº 13.465/2017, o modelo foi formalmente reconhecido no Brasil e passou a integrar o Código Civil, permitindo uma gestão mais eficaz das áreas comuns, além de abrir espaço para serviços que vão além do básico, como segurança privada e paisagismo.
No condomínio de lotes, os terrenos são as unidades autônomas, e cada proprietário tem a posse exclusiva do seu lote, com matrícula própria no Cartório de Imóveis. Isso significa que, legalmente, o lote é considerado propriedade individual. No entanto, os proprietários também detêm uma fração ideal das áreas comuns, como ruas internas, praças e outras instalações compartilhadas.
Ao contrário dos loteamentos tradicionais, onde as vias e áreas comuns são públicas e administradas pela prefeitura, no condomínio de lotes essas áreas são de propriedade privada, com gestão e manutenção feitas pelos próprios condôminos.
Essa configuração traz vantagens, como maior controle sobre os serviços prestados e a possibilidade de personalizar a administração conforme as necessidades da comunidade.Assim como no modelo tradicional de condomínio edilício, a administração do condomínio de lotes é regida pelo Código Civil e pela convenção condominial, que define as regras de convivência e o funcionamento do empreendimento.
Assembleia de condôminos
É o órgão máximo de decisão dentro do condomínio. A assembleia reúne todos os proprietários e tem a responsabilidade de aprovar as contas, eleger e destituir o síndico, além de deliberar sobre mudanças na convenção ou questões operacionais do local. As decisões mais importantes, como a aprovação de orçamentos ou a contratação de serviços, devem passar por esse fórum.
Síndico
O síndico é a figura responsável por executar as decisões da assembleia e representar legalmente o condomínio. Ele pode ser um dos próprios condôminos ou um profissional contratado. Suas atribuições incluem a conservação das áreas comuns, o cumprimento das normas internas e a contratação de serviços necessários, como segurança e limpeza.
Conselho fiscal
Este órgão é responsável por dar suporte à fiscalização das finanças do condomínio, garantindo que o orçamento seja seguido corretamente e que as contas estejam em ordem. O conselho fiscal é um corpo consultivo e tem a função de avaliar a gestão financeira do síndico, além de ajudar a transparência das atividades do condomínio.
A convenção condominial e o regimento interno são documentos fundamentais que definem as normas de convivência, os direitos e deveres dos moradores, e as regras de uso das áreas comuns. Eles estabelecem critérios importantes, como horários de silêncio, uso de áreas de lazer, regras de segurança e até mesmo questões relacionadas ao uso de animais e descarte de lixo.
Esses documentos servem como um guia para o comportamento dos moradores e ajudam a manter a harmonia dentro do condomínio, evitando conflitos e promovendo um ambiente organizado e colaborativo.O modelo de condomínio de lotes oferece diversas vantagens em relação ao tradicional loteamento. A principal delas é o controle maior sobre as áreas comuns, permitindo que os condôminos tomem decisões coletivas sobre a manutenção e os serviços prestados no local. Além disso, é possível incluir recursos de segurança privada e outras melhorias estruturais, o que pode agregar mais valor ao imóvel.
Por outro lado, a administração também exige engajamento constante dos moradores, pois a gestão compartilhada demanda mais envolvimento e cooperação. O sucesso desse modelo depende de uma boa comunicação entre os condôminos, além de uma boa gestão do síndico e da assembleia.