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Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 12h16.
A MRV Incorporadora apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 78,2 milhões no quarto trimestre de 2024. No entanto, isso não impediu que o resultado líquido ajustado do grupo MRV&Co, que inclui os números das subsidiárias Resia, Luggo e Urba, fosse de prejuízo de R$ 1,5 bilhão. Sozinha, a Resia, subsidiária da companhia nos Estados Unidos, deu um prejuízo de R$ 2,5 milhões no período. Os dados foram apresentados no balanço divulgado na segunda-feira, 24.
Segundo analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), os resultados divulgados foram fracos, ficando abaixo do esperado. "O quarto trimestre de 2024 foi mais fraco do que o esperado, com a perda da Resia sendo maior do que o previsto, enquanto as despesas com juros e a alíquota de impostos também foram piores do que o esperado", dizem os analistas em relatório.
A recuperação da margem no Brasil estaria também demorando mais do que o previsto, ainda segundo o banco. A perspectiva para a Resia tem se deteriorado com as taxas de juros altas nos EUA. "Planejamos atualizar nosso modelo em breve, incluindo um cenário mais desafiador para 2025, pois acreditamos que nossas projeções estão excessivamente otimistas", diz o BTG.
Os resultados também foram mais fracos do que os analistas do Santander esperavam. Mas o banco destaca que a divisão da companhia no Brasil manteve a tendência de recuperação. "Também chamamos a atenção para os resultados mais saudáveis das subsidiárias Urba e Luggo, que apresentaram números ligeiramente acima do ponto de equilíbrio no período. Mantemos nossa recomendação de "compra" para a MRV, mas seguimos acreditando que as recentes melhorias na perspectiva de geração de caixa e um caminho mais claro para a Resia serão fundamentais para o desempenho da ação", afirmam os especialistas.
Já para analistas do Goldman Sachs, a principal preocupação continua sendo o nível de alavancagem da companhia, que segue aumentando em termos consolidados. "Estimamos que a MRV tenha uma alavancagem total sobre o patrimônio superior a 150%, o nível mais alto que já observamos. Seguimos preocupados com o caminho para a desalavancagem, dado esse nível elevado de endividamento, especialmente em um ambiente de juros altos no Brasil", avaliam, mantendo a recomendação neutra.