Ricardo Paixão, CFO da MRV: construtora tem lucro de R$ 76 milhões no 3º trimestre (Nitro Imagens/Divulgação)
Repórter de Invest
Publicado em 13 de novembro de 2024 às 18h22.
Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 19h19.
A construtora MRV (MRVE3) teve lucro líquido ajustado de R$ 76 milhões no terceiro trimestre deste ano, resultado 38 vezes maior que os R$ 2 milhões apurados no mesmo período de 2023. O resultado ficou 18,3% abaixo dos R$ 93 milhões esperados pelo consenso Bloomberg. Na comparação trimestral, o lucro ficou perto da estabilidade.
O resultado considera apenas o a operação de incorporação nacional das marcas MRV e Sensia. O lucro líquido ajustado do grupo MRV&Co, que inclui os números das subsidiárias Resia, Luggo e Urba foi de R$ 17,3 milhões, revertendo prejuízo de R$ 20,9 milhões de um ano antes. A versão ajustada desconsiderada o efeito swap e de marcação a mercado da dívida.
“Tivemos um impacto de quase R$ 15 milhões na venda de um terreno no trimestre. Não fosse esse efeito, ficaríamos em linha com as expectativas no resultado da incorporação. Estamos totalmente dentro do guidance esperado para o ano”, defendeu Ricardo Paixão, CFO da MRV.
“A cada trimestre temos indicadores melhorando, e nesse não foi diferente.”
Um dos destaques do trimestre foi o recorde no valor geral de vendas (VGV), que somou R$ 2,75 bilhões. “[O indicador] mostra claramente como estamos conseguindo crescer a operação e retomar o nosso tamanho. E fazer isso com rentabilidade”, afirmou Paixão.
A margem bruta (ex-juros) da MRV atingiu o patamar de 30,1%, alta de 3 pontos percentuais (p.p.) na variação anual. “Um patamar já bastante saudável e superior ao que tínhamos no pré-pandemia.”
A receita líquida da construtora no trimestre foi de R$ 2,31 bilhões, avanço de 19,9% em 12 meses. O resultado ficou levemente acima da expectativa dos analistas, que estimavam R$ 2,17 bilhões para o período. A margem líquida, por sua vez, ficou em 3,7% – dentro das estimativas.
O indicador que ainda está mais distante do guidance para o ano é a geração de caixa. O indicador alcançou R$ 124 milhões no trimestre, revertendo prejuízo de R$ 46,2 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado acumulado em 12 meses é de R$ 156,5 milhões – a estimativa apresentada no guidance estima geração entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.
“[Atingir o guidance em] geração de caixa é mais desafiador, mas temos vindo muito bem para os números do último trimestre e estamos confiantes que vamos entregar”, completou.
Paixão reforçou ainda que a MRV está preparada para uma eventual inflação de custos. O Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou alta de 0,67% em outubro, acumulando 5,72% em 12 meses. Esse resultado representa um avanço expressivo na comparação anual, quando o índice acumulava 3,37% no mesmo período.
Vale lembrar que a MRV foi pressionada justamente pela frente de custos no pós-pandemia, que afetou os números da companhia e levou ao processo de turnaround do ano passado. “Estamos sempre preparados para uma alta de custos, mas é importante frisar que a alta acumulada na casa dos 5% agora está bem distante da faixa de 14% no pós-pandemia. Nosso aumento de custo interno atual tem rodado abaixo do INCC. Sem surpresas, estamos bem confortáveis.”