Economia

Mercado imobiliário de Londres mostra risco de bolha

Segundo relatório, mercado está mostrando condições de bolha à medida que investidores estrangeiros oferecem preços cada vez mais altos


	Londres: donos de casas estão tomando emprestada uma proporção da sua renda para comprar bens imóveis na capital do Reino Unido igual à que tomavam antes da crise financeira
 (Getty Images/eschipul)

Londres: donos de casas estão tomando emprestada uma proporção da sua renda para comprar bens imóveis na capital do Reino Unido igual à que tomavam antes da crise financeira (Getty Images/eschipul)

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Da Redação

Publicado em 3 de fevereiro de 2014 às 22h29.

Londres - O mercado imobiliário de Londres está começando a mostrar “condições similares às de uma bolha” à medida que investidores estrangeiros oferecem preços cada vez mais altos e os compradores assumem mais dívidas para adquirirem propriedades, segundo um relatório do EY Item Club publicado hoje.

Agora, os donos de casas estão tomando emprestada uma proporção da sua renda para comprar bens imóveis na capital do Reino Unido igual à que tomavam antes da crise financeira, disse o grupo sediado em Londres e patrocinado pela EY, antigamente Ernst Young. O preço médio de uma casa em Londres será de cerca de 600.000 libras esterlinas (US$ 980.000) até 2018, estima o grupo. Atualmente, é de cerca de 404.000 libras, segundo o Registro de Imóveis.

Os preços na maior parte do Reino Unido “permanecerão muito abaixo dos seus picos prévios à crise e parece haver pouco perigo de criação de uma bolha”, disse no relatório Andrew Goodwin, assessor econômico sênior do EY Item Club. “Mas Londres, que está sofrendo de uma combinação entre uma forte demanda e a falta de oferta, está nos dando cada vez mais motivos de preocupação”.

Os preços em alta das propriedades em Londres, potenciados pela demanda de investidores do exterior e por iniciativas do governo para ajudar os compradores, levaram economistas, analistas e políticos a advertirem para aumentos insustentáveis. A Ásia tem sido uma fonte de demanda particularmente forte pelas melhores propriedades de Londres, disse o EY Item Club, citando corretores. Os investidores de países como China e Cingapura estão aproveitando a desvalorização da libra desde a crise financeira para comprarem casas em Londres.

Explosão de compras por estrangeiros

As pessoas que moram fora do Reino Unido compraram metade das casas novas vendidas nos melhores bairros de Londres nos dois anos encerrados em junho, disse em outubro a corretora Knight Frank LLP.


Reduzir o risco de uma bolha imobiliária em Londres poderia ser difícil porque os valores nos melhores distritos cresceram mais do que os das áreas periféricas da cidade, segundo o relatório do EY Item Club. Os valores nos melhores bairros de Londres, como Mayfair e Knightsbridge, estão 27 por cento acima do seu pico de 2007, disse em novembro a corretora Savills Plc. Trata-se de mais do dobro dos aumentos para o Grande Londres, segundo dados do Registro de Imóveis.

“Estourar uma bolha no segmento de luxo do mercado, que continua atraindo o interesse dos compradores internacionais à vista com o atrativo aparentemente irresistível do ‘fator decisivo’ de Londres, poderia provar ser difícil”, disse no comunicado Dean Hodcroft, diretor de bens imóveis, hospedagem e construção da EY para o Reino Unido e a Irlanda.

Ganhos da libra

Os ganhos recentes da libra frente às moedas asiáticas e o abatimento da crise da dívida na zona do euro reduzirão a demanda por propriedades nas melhores áreas da capital do Reino Unido, prognostica o relatório. Uma alta na oferta também freará os aumentos nos valores das casas nos melhores distritos de Londres, disse o relatório.

O mercado de propriedades de luxo de Londres “possui forças completamente diferentes das do restante do Reino Unido”, conforme o relatório. “Há argumentos fortes para ignorar os excessos do mercado de luxo do centro de Londres” e “talvez fosse mais apropriado tratá-lo como um mercado de investimento em vez de um mercado residencial”.

Os valores das propriedades na capital aumentaram 0,6 por cento no mês passado frente a dezembro, comparado a um aumento nacional de 0,3 por cento, disse hoje a Hometrack Ltd. em um relatório enviado por e-mail.

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