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Exclusivo: West Plaza aposta em espaço inédito de gastronomia para coroar retrofit

Shopping está investindo R$ 20 milhões em mercado gastronômico de 3 mil metros quadrados integrado à rua para voltar a atrair a vizinhança

West Plaza: shopping localizado na Água Branca tem mais de 34 anos de história (West Plaza/Divulgação)

West Plaza: shopping localizado na Água Branca tem mais de 34 anos de história (West Plaza/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 10 de junho de 2025 às 09h40.

Última atualização em 11 de junho de 2025 às 17h14.

Fundado em 1991, nos últimos anos o shopping West Plaza se viu em meio a uma espécie de crise de identidade. Localizado a uma caminhada de 10 minutos, o Bourbon, inaugurado em 2008, fez com que parte da vizinhança passasse a frequentar o novo empreendimento.  

Nos últimos meses, o empreendimento na Água Branca — no entroncamento entre os bairros da Barra Funda, Perdizes e Pompeia — já vinha passando por uma reforma gradual, com mudanças na praça de alimentação e em outros andares. 

A maior aposta da Hedge Investments, dona do empreendimento desde 2019, para coroar o retrofit é um novo espaço de gastronomia, com um conceito inédito na cidade, e que deve demandar investimentos de R$ 20 milhões.   

Trata-se do complexo gastronômico Mané Mercado, um food hall — ou mercado gastronômico, com previsão de inauguração em novembro.  

A marca já existe e faz sucesso em Brasília, onde está localizada ao lado do estádio Arena Mané Garrincha. Em São Paulo, a ideia é justamente que o espaço também fique próximo a um estádio, o Allianz Parque. E que traga ao shopping o reposicionamento como local de gastronomia e entretenimento. 

“O shopping deixou de ser puramente um centro de compras e passou a ter que atender outras demandas. Isso faz com que exista a necessidade de ajustar os projetos para se apropriar de novas oportunidades que surgiram, especialmente no pós-pandemia”, afirma Alexandre Machado, responsável pelo setor de shopping center na Hedge Investments, detentora de 100% do shopping. 

O Mané, em particular, resume bem o novo conceito do West Plaza ao unir experiência e gastronomia. Os R$ 20 milhões investidos serão parte da Hedge e parte dos restaurantes que farão parte do complexo — 12 no total, que estão passando por uma rigorosa curadoria da equipe do Grupo R2, responsável pela gestão do espaço. 

O novo espaço está sendo erguido onde antes funcionava uma icônica unidade das Lojas Americanas, com 3 mil metros quadrados e que operava desde a fundação do shopping, em 1991.  

Mané Mercado no shopping West Plaza

O local, onde funcionava uma Lojas Americanas há 34 anos, vai dar espaço ao Mané Mercado (West Plaza/Divulgação)

As gôndolas da Americanas vão dar espaço para projeto que ocupará todo o espaço, com uma fachada virada para a Rua Francisco Matarazzo e outra integrada ao boulevard que une os três blocos do shopping. (A varejista ganhou um novo espaço, em outro andar, com cerca de um terço do antigo tamanho.) 

O local terá restaurantes com cardápios que abrangem desde comida japonesa a churrasco, três bares temáticos, um wine bar com seleção especial de rótulos e uma brinquedoteca voltada para as crianças.

A comanda é única, o que permite ao cliente pedir de diferentes operações e pagar tudo em uma só conta. 

A expectativa é que o complexo gastronômico atraia cerca de 1 milhão de visitantes anuais, o que elevaria o fluxo do shopping em 30%.  

As projeções são feitas com base no Mané de Brasília. Por lá, o espaço atende a 2 mil pessoas durante os dias de semana e até 3,5 mil pessoas durante sexta, sábado e domingo, a cada dia.  

Mané Mercado, em Brasília (Mané Mercado/Divulgação)

“No ano passado, o local atendeu a quase 1 milhão de pessoas, e a expectativa para o próximo ano é atender entre 700 mil e 800 mil pessoas. Em um evento específico de 2024, chegou a atender mais de 7 mil pessoas em um sábado", afirma Saulo Sarmento, diretor-executivo do Mané Mercado. 

Um 're-reposicionamento'

Todo esse reposicionamento do West Plaza se tornou possível a partir de 2019, quando a Hedge adquiriu o controle total do shopping.  

Antes dessa aquisição, o shopping tinha três proprietários distintos: o fundo WPLZ com 30%, a Brookfield com 45% e a Aliansce Sonae (que depois se tornou Allos) com 25%.  

Em 2012, com a entrada a Alliansce na administração, o empreendimento já tinha passado por uma importante reestruturação, com investimentos em modernização e expansão, incluindo a renovação do mix de lojas para atrair mais clientes e reduzir a vacância. 

Poucos meses após a total aquisição do West Plaza pela Hedge, a pandemia começou, atrasando qualquer projeto de reposicionamento. 

Agora, a ideia é tornar o shopping atrativo para as pessoas dos bairros no entorno, como Barra Funda, Pompeia e Perdizes. 

“São os bairros com um volume de lançamentos residenciais significativo. Mas, até então, percebíamos que o shopping funciona muito bem para atender o público flutuante, especialmente dos vários escritórios do entorno durante a semana. Queremos, agora, ser um shopping também para a vizinhança”, afirma Antônio Saugo, superintendente do West Plaza. Desde 2024, a administração do shopping está com a Soul Malls. 

Saugo minimiza relativiza a "rivalidade" com o Shopping Bourbon.

“Afinal, os dois shoppings coexistem há quase 20 anos. E acredito que estão passando a ter, cada vez mais, propostas diferentes”, explica. 

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