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Sinop: Centro-Oeste, puxado pelo agronegócio, começou a atrair mais atenção dos empresários do mercado imobiliário (Florian Plaucher/AFP/Getty Images)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 30 de abril de 2025 às 09h23.
Última atualização em 30 de abril de 2025 às 09h24.
O otimismo do ano passado para o mercado imobiliário deu lugar a uma visão mais cautelosa em 2025.
Neste ano, três vezes mais empresários sentem que o setor está em declínio ou recessão em comparação com 2024, saltando de 12% para 38% em 2025. Já aqueles que acreditam que o mercado pode crescer em ritmo acelerado nos próximos meses caiu de 14% para somente 9%.
Os dados, são de uma pesquisa conduzida pelo Ecossistema Sienge e a Prospecta e divulgada com exclusividade pela EXAME. Foram ouvidos 137 empresários da construção civil que representam diferentes áreas do mercado entre fevereiro e abril.
Nesse cenário, o programa Minha Casa Minha Vida, mercado residencial vertical e os loteamentos estão entre os nichos com maior potencial de expansão para os empreendedores.
Os loteamentos estão ganhando força porque se adaptam bem ao cenário atual do mercado, segundo Gabriela Torres, gerente de inteligência estratégica do Ecossistema Sienge. O movimento é impulsionado pelo alinhamento com programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida, menor necessidade de capital inicial (relevante num contexto em que 20% apontam o funding como principal desafio) e maior flexibilidade de execução.
Além do funding, os empresários citam como principais barreiras do setor também os juros elevados (17%) e a restrição ao crédito (7%).
A resposta é sim. A intenção de investir permanece alta, mas o foco regional está diferente.
Mesmo com o cenário desafiador, 76% dos entrevistados pretendem realizar novos investimentos ao longo do ano. A região Sudeste segue liderando a preferência, com 32%, embora tenha perdido 7 pontos percentuais em relação a 2024.
Por outro lado, as regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram crescimento no interesse dos investidores, com alta de 4% e 3%, sinalizando uma maior diversificação geográfica.
"Apesar de ainda serem as menos visadas, essas regiões representam oportunidades estratégicas diante do atual cenário econômico. Com o mercado tradicional, como o Sudeste, dando sinais de saturação, investidores estão buscando novas alternativas. O momento de insegurança estimula a diversificação, e o Norte e o Centro-Oeste se destacam justamente por ainda terem grande potencial de valorização", afirma Torres.
O Centro-Oeste, puxado pelo agronegócio, e o Norte, com espaço para desenvolvimento urbano e infraestrutura, começa a atrair mais atenção.