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Em SP, setor de escritórios vive melhor momento; Rebouças é destaque

Vacância do setor fechou o terceiro trimestre no nível mais baixo em 14 anos. Rebouças absorve demanda que Faria Lima não consegue atender

Rebouças: a previsão de novos estoques para 2026 e 2027, com a entrega de dois edifícios que somarão 45,2 mil metros quadrados (Eduardo Frazão/Exame)

Rebouças: a previsão de novos estoques para 2026 e 2027, com a entrega de dois edifícios que somarão 45,2 mil metros quadrados (Eduardo Frazão/Exame)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 28 de outubro de 2025 às 06h00.

O mercado de escritórios de alto padrão em São Paulo vive um de seus melhores momentos. A vacância do setor fechou o terceiro trimestre de 2025 em 16,2%, a mais baixa dos últimos 14 anos, segundo pesquisa trimestral da JLL. E segue apresentando uma queda contínua.

A absorção líquida de 50 mil metros quadrados no período também é recorde. O acumulado do ano soma 247 mil metros quadrados.

O preço médio do metro quadrado na cidade chegou a R$ 115, marcando uma alta de 3,8% no trimestre e 14,9% nos últimos 12 meses.

Esse cenário de crescimento e estabilidade no mercado tem impacto direto na valorização de regiões até então secundárias, como a Rebouças. Antiga protagonista do varejo, especialmente para noivas, a avenida experimenta uma verdadeira transformação, consolidando-se como uma alternativa de destaque no mercado corporativo.

Falta espaço na Faria Lima

Com um estoque atual de 51,8 mil metros quadrados e uma redução da vacância de 29,9% no primeiro trimestre de 2025 para 12% no terceiro trimestre, a região já apresenta resultados expressivos. Isso se deve principalmente ao transbordo de demanda das saturadas Faria Lima e Paulista, áreas com oferta limitada.

A tendência é que a vacância na Rebouças continue a cair. A previsão de novos estoques para 2026 e 2027, com a entrega de dois edifícios que somarão 45,2 mil metros quadrados — um aumento de 87% — reforça a expectativa de consolidação da região.

Um dos novos empreendimentos, o Biosquare, já está totalmente pré-locado pela Amazon, e será o primeiro grande edifício corporativo da região, com 25 andares e mais de 39 mil metros quadrados de área locável.

Nova fronteira corporativa de São Paulo

A Rebouças estreou no mercado corporativo em 2022, após a mudança no plano diretor que permitiu a construção de edifícios de uso misto, dando início ao seu desenvolvimento acelerado. A infraestrutura da região já está estabelecida, com fácil acesso a transporte público, metrô e proximidade das zonas residenciais, o que tem atraído empresas em busca de uma localização estratégica com custos mais competitivos.

“Antigamente, a Rebouças era conhecida pelas lojas de noivas. Agora, com a mudança no plano diretor, surgiram novos empreendimentos corporativos, prontos para atender à demanda crescente”, afirma Yara Matsuyama, diretora da divisão de escritórios da JLL.

Ela explica que, apesar de ainda ser considerada uma região secundária, a Rebouças está caminhando rapidamente para se tornar uma área primária, com produtos modernos e uma absorção significativa.

Além da baixa vacância, os preços de aluguel na Rebouças estão em trajetória de alta, com um aumento de 23% no valor médio, que subiu de R$ 146 no terceiro trimestre de 2024 para R$ 180 no mesmo período de 2025.

O perfil de ocupantes reflete essa transformação, com empresas do setor financeiro dominando a área (34% da ocupação), seguidas por serviços digitais (31%), e setores como fumo e coworkings, que representam 14% e 7%, respectivamente.

O bom desempenho da Rebouças beneficia os bairros vizinhos, como Pinheiros, Vila Madalena e Jardins, que também se apresentam como alternativas para empresas que buscam uma localização estratégica com custos mais baixos.

“Com a absorção acelerada, vacância em queda e aluguéis em valorização, é natural que outras áreas se tornem opções para empresas”, conclui Yara.

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