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Cyrela (CYRE3) tem lucro 24% maior no trimestre e gera caixa

Houve crescimento de 24% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas redução de 22% na comparação com o trimestre imediatamente anterior

A Cyrela reportou um lucro líquido de R$ 328 milhões no primeiro trimestre de 2025 (Cyrela/Divulgação)

A Cyrela reportou um lucro líquido de R$ 328 milhões no primeiro trimestre de 2025 (Cyrela/Divulgação)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 15 de maio de 2025 às 19h29.

A Cyrela (CYRE3) reportou uma receita líquida de R$ 1,95 bilhão, um crescimento de 24% na comparação com o mesmo período do ano passado e redução de 22% na comparação com o trimestre anterior. A margem bruta foi de 32,5%, também dentro da expectativa do mercado.

Houve aumento na receita com os juros mais altos, especialmente vinda de financiamentos concedidos pela CashMe, subsidiária da construtora. O aumento dos ganhos pelas das incorporadoras investidas Cury, Lavvi e Plano & Plano também influenciaram positivamente o resultado.

Com isso, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 328 milhões no primeiro trimestre, em linha com o consenso. O lucro veio 23% acima do reportado no mesmo trimestre de 2024, mas 34% abaixo ante o quarto trimestre. A margem líquida foi 16,8% e o ROI dos últimos 12 meses continuou em 20,9%.

A variação negativa dos indicadores em relação ao trimestre imediatamente anterior é explicada pela sazonalidade e por um período de resultados atípicos, muito acima do convencional.

“No quarto trimestre do ano passado lançamos quase R$ 5 bilhões, representando o melhor trimestre da nossa história em volume de lançamentos. Além disso, vendemos muito no período, cerca de R$ 3,5 bilhões. Isso colocou lucro e receita lá em cima, tornando a comparação entre os períodos ingrata”, explica Miguel Maia Mickelberg, CFO da Cyrela.

Apesar do aumento do tamanho das operações, a construtora conseguiu uma geração de caixa positiva de R$ 71 milhões, reduzindo o índice de endividamento líquido em relação ao patrimônio líquido para 9,3%.

Alguns analistas esperavam até mesmo uma queima de caixa para o trimestre, o que Mickelberg vê com naturalidade, uma vez que o dado, no setor da construção civil, é bastante volátil. “Às vezes temos um volume maior de entregas, daí recebemos muito dos clientes que quitam ou tomam o financiamento. Assim como outras vezes temos que desembolsos de terrenos bastante relevantes", afirma.

Para o ano todo de 2025, a Cyrela espera uma geração de caixa de R$ 300 milhões a R$ 500 milhões.

Minha Casa, Minha Vida

O impacto da faixa 4 do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, que começou a rodar no início de maio, ainda é incipiente. No entanto, o CFO da Cyrela descreve a criação da faixa como um movimento bastante positivo. “Acredito que terá um grande impacto nas vendas, e ela já está rodando bem e os clientes já conseguem emitir os contratos”, afirma.

Da receita líquida, R$ 218 milhões de reais vieram através do programa. Já o lucro operacional antes do resultado financeiro foi de R$ 25,5 milhões.

O segmento de alto padrão representou 54% das entregas do trimestre, seguido pelo segmento médio, com 34%. Enquanto isso, a parcela de unidades destinadas ao programa habitacional nas faixas 2 e 3 foi de 13%.

Ao final do primeiro trimestre, havia 108 obras em andamento, 25 delas destinadas ao MCMV.

Dados operacionais

A Cyrela reportou o lançamento de 18 empreendimentos no trimestre analisado, com um VGV total de R$ 3,4 bilhões. O resultado representa um crescimento de 183% em relação ao mesmo período de 2024, mas ficou 31% abaixo do trimestre anterior.

As vendas totalizaram R$ 2,1 bilhões, aumento de 34% sobre o primeiro trimestre de 2024, mas 40% abaixo das vendas do quarto trimestre de 2024. A velocidade de vendas se manteve em 52,6% nos últimos 12 meses.

No fechamento do período, 87% do VGV em construção (R$ 24,9 bilhões na data dos respectivos lançamentos) estavam sendo geridos por equipes próprias ou de joint-venture.

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