Mercado imobiliário

O ano recorde da Cury: alta de 42% no lucro e expectativa de 2024 ainda melhor

Voltada para o segmento econômico, construtora pode renovar crescimento com mudanças no Minha Casa Minha Vida

Fábio Cury, CEO da Cury Construtora: empresa teve ano de resultados recordes em 2023

Fábio Cury, CEO da Cury Construtora: empresa teve ano de resultados recordes em 2023

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 11 de março de 2024 às 19h57.

Última atualização em 11 de março de 2024 às 19h58.

A construtora e incorporadora Cury alcançou um novo recorde financeiro. O lucro líquido da companhia foi de R$ 164,6 milhões no quarto trimestre de 2023, alta de 69,2% frente ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de 2023, a última linha do balanço somou R$ 495,6 milhões, alta de 42,3% na comparação anual.

“O ano de 2023 ficará marcado na nossa história tanto pelo 60º aniversário da empresa, quanto pelos melhores resultados da companhia. Destaco o recorde de geração de caixa, que comprova a disciplina nos negócios e foco nas operações”, afirmou Fábio Cury, CEO da construtora, em nota.

A geração de caixa atingiu R$ 176,1 milhões no quarto trimestre, ganho de 29,7% na comparação anual. No acumulado do último ano, o indicador alcançou R$ 424,2 milhões, ganho de 42,2% frente a 2022.

Para Leonardo Mesquita, diretor vice-presidente comercial da Cury, os resultados em geração de caixa – e na última linha do balanço – são fruto do trabalho da empresa ao longo dos anos. Mas, para além da própria engrenagem, Mesquita afirma que a Cury se beneficiou do cenário macroeconômico. 

O ano de 2023 deu início a um bom ciclo para o mercado imobiliário, especialmente o segmento econômico. A inflação arrefeceu, a taxa básica de juros está em tendência de queda e o governo revisou as condições para o Minha Casa Minha Vida (MCMV), maior programa habitacional para a baixa renda e segmento que responde por 80% da atuação da Cury.

Mesquita ressalta especialmente o aumento do teto, que ampliou as faixas de renda enquadradas no MCMV de R$ 264 mil para imóveis de até R$ 350 mil. “Foi uma medida que ajustou o programa para a realidade do mercado. Junto ao cenário de juros e inflação, nos ajudou a manter a velocidade de vendas em patamares elevados”, disse em entrevista à EXAME.

O melhor, no entanto, ainda está por vir. A Cury não fornece projeções em números (guidance), mas os executivos estão otimistas. “Vamos sentir esses efeitos [de juros e MCMV] mais fortemente em 2024”, ressaltou Mesquita. 

Outro ponto que deve impactar positivamente os negócios da empresa é a revisão e aprovação dos planos diretores de suas duas principais praças, São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Na capital paulista, o plano foi revisado em julho do ano passado e, na carioca, houve a sanção do prefeito em janeiro deste ano. 

“Estamos otimistas para esse ano, tendo em vista o orçamento aprovado para o programa MCMV, que é o maior da história, além das mudanças nos planos diretores de São Paulo e Rio de Janeiro, que devem ampliar as oportunidades para compra de terrenos em nosso foco de atuação”, reforçou o CEO.

Lançamentos e vendas

A Cury lançou 29 empreendimentos em 2023, 20 deles em São Paulo e outros 9 no Rio de Janeiro, atingindo um valor geral de vendas (VGV) de R$ 4,4 bilhões – alta de 34,1% em base anual. No quarto trimestre foram seis empreendimentos lançados, quatro em São Paulo e dois no Rio, com VGV de R$ 856,6 milhões, um avanço de 54% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

No acumulado do ano, a companhia lançou 29 empreendimentos, sendo 20 deles em São Paulo e 9 no Rio de Janeiro, atingindo o VGV de R$ 4,4 bilhões, aumento de 34,1% em relação a 2022. No 4T23, foram lançados 6 empreendimentos, sendo 4 deles em São Paulo e 2 no Rio de Janeiro, com VGV de R$ 856,6 milhões, acréscimo de 54% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Os lançamentos impulsionam as vendas. Em 2023, as vendas líquidas somaram R$ 4,2 bilhões, 26,2% acima de 2022. No último trimestre do ano passado, o indicador alcançou R$ 904,7 milhões, ganho de 20,1% na comparação anual.

O preço médio das unidades vendidas no ano foi de R$ 276,4 mil, valor 14,1% maior do que os R$ 242,2 mil registrados no ano anterior. O preço recorde foi de R$ 282,6 mil, alcançado no quarto trimestre. 

Balanço da Cury em números

A receita líquida da companhia foi de R$ 811,6 milhões no quarto trimestre, aumento de 39,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. No somatório de 2023, a receita foi de R$ 2,9 bilhões, alta de 27,9% em relação ao ano anterior.

O lucro bruto, por sua vez, somou R$ 1,1 bilhão no acumulado do ano, aumento de 30,9% em relação a 2022. O montante do quarto trimestre foi de R$ 313,7 milhões, alta de 41,5% em comparação anual. A margem bruta alcançou 38% no 2023¸ crescimento de 0,9 ponto percentual (p.p.) frente ao ano anterior. 

O ano foi também de crescimento no Ebitda, principal indicador de caixa operacional, que subiu 46,5% no quarto trimestre, para R$ 190,7 milhões.

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