Economia

Cresce procura por imóveis de quatro dormitórios em SP

Buscas por imóveis grandes, de quatro dormitórios, cresceu 11% de janeiro a setembro, comparado com 4% no mesmo período do ano passado

Apartamentos grandes: levantamento mostra que famílias de alta renda estão procurando mais imóveis (Divulgação/Imovelweb)

Apartamentos grandes: levantamento mostra que famílias de alta renda estão procurando mais imóveis (Divulgação/Imovelweb)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 24 de outubro de 2016 às 10h02.

São Paulo - A retração do mercado imobiliário ocasionada pelo desemprego e perda de renda dos brasileiros não é um comportamento uniforme entre todas as classes sociais.

Um levantamento exclusivo para o Estado do portal de classificados online Zap mostra que as buscas por imóveis de quatro dormitórios na Grande São Paulo acumulam crescimento de 11% de janeiro a setembro deste ano. De 2014 para 2015, o interesse havia avançado bem menos: 4%.

"O desemprego está muito alto, mas quando você faz um corte por renda você verifica que, nas classes mais altas, a desocupação tende a ser menor. Além disso, a liberação de crédito para esse perfil de alta renda é mais fácil", afirma Eduardo Schaeffer, CEO do Zap.

Ele ainda lembra que a Caixa Econômica Federal aumentou recentemente o valor máximo de financiamento de imóveis pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões.

Segundo ele, o movimento do banco estatal pode servir de pressão para que as instituições privadas, se houver aumento da demanda, também passem a trabalhar nessa faixa.

Os resultados do estudo ainda sugerem que agora pode ser a hora de encontrar oportunidades de barganha nesses imóveis maiores antes de uma nova pressão nos preços.

Isso acontece porque há um descompasso entre o aumento da procura e os lançamentos dessas unidades nos últimos quatro anos.

De acordo com dados da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), a participação dos imóveis de quatro dormitórios no total de unidades lançadas vem perdendo espaço. Em 2013, eles representaram 5% os lançamentos e, neste ano, apenas 2%.

"Com a demanda em alta e a oferta em baixa, a tendência é que esses imóveis fiquem mais caros", afirma o estudo do Zap.

O levantamento ainda mostra que a valorização do metro quadrado nos imóveis de quatro dormitórios está desacelerando. A alta foi de 7% de 2014 para 2015 e só de 2% na comparação deste ano com 2015.

Schaeffer também destaca que, com novo Plano Diretor de São Paulo, a tendência é que diminua o potencial de construção para terrenos comprados fora dos Eixos de Estruturação Urbana. O efeito disso é que os empreendimentos maiores tendem ficar cada vez mais e caros.

O bairro paulistano de Moema é o que reúne a maior quantidade de imóveis de quatro dormitórios, seguido por Campo Belo, Morumbi, Perdizes e Higienópolis.

O estudo levou em conta dados anuais de 2013 a 2015 e uma projeção para 2016 com base nas informações de janeiro a setembro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Mais de Economia

Chinesa GWM diz a Lula que fábrica em SP vai produzir de 30 mil a 45 mil carros por ano

Consumo na América Latina crescerá em 2025, mas será mais seletivo, diz Ipsos

Fed busca ajustes 'graduais' nas futuras decisões sobre juros