Carreira

Comprou imóvel, relaxe. Não há sinais de bolha

Não há no mercado imobiliário brasileiro sinais de que teremos uma bolha econômica

Ilustração - Sonho da casa própria (Weberson Santiago/EXAME.com)

Ilustração - Sonho da casa própria (Weberson Santiago/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 18h33.

São Paulo - Nos últimos meses, não tive um dia de trabalho sem ouvir algum comentário relacionado à “bolha” no mercado de imóveis. Os pessimistas ficam garimpando motivos para alardear o apocalipse, isto é, o estouro da bolha. Seu amigo vendeu imóvel com prejuízo? Bolha! Caíram as vendas? Bolha! Unidades encalhadas? Bolha! Obras atrasadas? Bolha! Todos querem para si o título de prenunciadores de um terrível desastre econômico.

Enquanto as notícias agitam esse imenso banho de espuma, fechamos os olhos para oportunidades ainda existentes. Há pessimismo no mercado, mas também há regiões que não tiveram nenhum boom imobiliário recente e que ainda apresentam excelentes oportunidades de valorização.

Talvez o bairro em que você vive esteja com preços absurdos, mas já tentou dar uma espiada no bairro ao lado, em busca de oportunidades? Sim, aquele bairro com galpões abandonados, terrenos baldios e cortiços. Para uma região se valorizar, um bom começo é que esteja desvalorizada. 

Não há no mercado imobiliário brasileiro sinais evidentes de que teremos o que se convencionou chamar de bolha no meio econômico. Bolha é um aumento de preços que se forma de maneira artificial ou irracional e que, na falta de um de seus elementos de sustentação, simplesmente estoura, sem chance de recuperação a médio prazo. Tivemos uma bolha no mercado de crédito imobiliário nos EUA em 2008, quando a saturação de preços inviabilizou o pagamento das dívidas criadas para adquirir imóveis, desencadeando uma inadimplência generalizada.

Esse fenômeno acontece em pequena escala em algumas cidades ou bairros aqui no Brasil. Se um grande número de pessoas se endivida para adquirir imóveis e revendê-los no médio prazo, visando a ganhos intensos e rápidos, em regiões em que poucas pessoas estejam comprando para morar, é bolha.

Felizmente, grande parte do aumento do preço dos imóveis nos últimos anos não se deu por causa de especulação, mas em razão do aumento da renda e das oportunidades no país. Sim, os preços subiram demais, mas isso sugere que o mercado possa estar saturado, desanimando novos investidores. Para os preços desabarem, é preciso haver alguma quebra drástica no ciclo, o que não está no script. 

Em vez da metáfora da bolha, prefira a da bexiga. Encheu demais, e agora a pressão está diminuindo. Ficará menos atraente, mas não estourará. Comprou imóvel? Relaxa, vai tomar um banho de espuma. Talvez você demore a vender com bons lucros.

Acompanhe tudo sobre:Bolha imobiliáriaBolhas econômicasEdição 157Imigração

Mais de Carreira

TRXF11 vai alcançar R$ 3 bi em imóveis após acordo com Grupo Mateus

Klabin abre 50 vagas para estagiários de diferentes regiões do Brasil

“Somos maior empresa imobiliária do Brasil sem ter um tijolo”, diz CEO da Housi

Agulha no palheiro? Este é o líder que toda empresa procura, mas poucos estão prontos para o desafio