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Com IGP-M em 37%, dispara desconto dado por proprietário no aluguel

Diferença entre o preço pedido pelo dono do imóvel e o efetivamente acertado em contrato chegou a 13,37% em São Paulo em maio, segundo dados do Índice QuintoAndar de Aluguel

Vista aérea de São Paulo: preço médio do metro quadrado para aluguel está em queda há um ano | Foto: Germano Lûders/EXAME (Germano Lûders/Exame)

Vista aérea de São Paulo: preço médio do metro quadrado para aluguel está em queda há um ano | Foto: Germano Lûders/EXAME (Germano Lûders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2021 às 08h20.

Última atualização em 8 de junho de 2021 às 11h06.

Cada vez mais, o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) se torna um "índice de faz-de-conta" para os contratos do aluguel. Com alta de 37,04% nos 12 meses até maio, acumulam-se os casos concretos de proprietários e inquilinos que negociam na vida real para chegar a um acordo benéfico para ambas as partes.

Vale dizer que a própria Fundação Getulio Vargas (FGV), que calcula o índice, já admitiu a necessidade -- para todos os atores do mercado -- de encontrar um novo índice mais realista e fidedigno aos custos do aluguel.

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Certamente não é a alta de 50,21% nos preços no atacado em 12 meses que reflete os custos dos proprietários -- em maio, a cana-de-açúcar disparou 18,65% e ajudou a deixar o aluguel mais caro.

A evidência mais recente da distorção do IGP-M é a diferença crescente entre os preços pedidos pelos proprietários de imóveis para aluguel -- já considerando que poucos pediram reajuste de 37% de um ano para cá -- e os efetivamente registrados nos contratos.

Essa diferença chegou a 13,37% no metro quadrado na cidade de São Paulo, maior mercado do país, em maio, segundo levantamento do QuintoAndar, empresa líder no mercado brasileiro. É o maior percentual pelo menos desde junho de 2019, quando começa a série histórica do Índice QuintoAndar de Aluguel.

Um ano antes, em maio de 2020, essa diferença estava em 5,87%, o que dá a dimensão do descolamento crescente entre o que pede o proprietário e o que ele aceita dar de desconto ao inquilino para fechar o contrato.

No segundo maior mercado do país, a cidade do Rio de Janeiro, a diferença é ainda maior, de 14,03% no metro quadrado. Mas havia chegado a 14,88% em novembro do ano passado.

A pesquisa da startup mostrou que o valor médio do metro quadrado para aluguel em São Paulo sofreu uma queda de 1,70% em maio na comparação com abril e de 6,97% no acumulado em 12 meses, como reflexo da pressão do mercado sobre os preços. O valor médio ficou em 35,35 reais.

No Rio de Janeiro, o valor médio do metro quadrado para aluguel ficou em 29,96 reais. Mas, na contramão de São Paulo, os valores médios estão com leve alta, de 0,23% em relação a abril e de 1,18% na taxa em 12 meses.

O QuintoAndar tem hoje mais de 50 bilhões de reais em ativos sob gestão no mercado de aluguel, com mais de 100.000 contratos ativos em 40 das maiores cidades do país. Na última semana, foi avaliado em 4 bilhões de dólares (cerca de 21 bilhões de reais), o que o tornou a segunda startup mais valiosa da América Latina (atrás apenas do Nubank).

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