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Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 15 de fevereiro de 2025 às 08h00.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2025 às 20h29.
Em meio a tantos prédios construídos num sistema de produção em massa, a Tegra, incorporadora de alto padrão que atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas, tem se provocado a inovar — sobretudo esteticamente. Esse estalo aconteceu, principalmente, após conversas que Thiago Castro, diretor-executivo de negócios da incorporadora brasileira, teve com o arquiteto italiano Piero Lissoni, dono da grife Lissoni & Partners, com quem firmou uma parceria.
Capítolo by Piero Lissoni no bairro Chácara Klabin, na zona sul de São Paulo (Divulgação/Tegra)
Castro afirma que, por mais que buscassem nos profissionais locais uma diferenciação, isso era difícil, sobretudo em São Paulo, onde o plano diretor acabou jogando as incorporadoras para os mesmos bairros. "Acabava que eram sempre os mesmos profissionais fazendo os mesmos prédios para diferentes incorporadoras. Eram bons projetos, mas todos muito parecidos e nada tinha a diferenciação que procurávamos", explica.
O produto foi desenvolvido ao longo do ano de 2024. O primeiro prédio lançado fica localizado na Chácara Klabin e se chama Capitolo. "Por se tratar de um bairro bastante consolidado, com poucos terrenos, decidimos começar a vender algumas unidades já no fim do ano, antes do início de 2025. O lançamento oficial, no entanto, acontece ao longo do primeiro trimestre", afirma o diretor, que afirma que o VGV será de R$ 462 milhões.
Outros empreendimentos fruto dessa parceria continuam na fila para ser lançados entre o final deste ano e começo de 2026. É o caso do empreendimento na Barra da Tijuca, em um terreno adquirido pela Tegra por R$ 370 milhões em 2023.
Um dos grandes empecilhos a parceria entre a Tegra e a Lissoni eram os custos, sempre turbinados pela questão do câmbio. A partir de 2023, a incorporadora se convenceu de que um projeto assim de fato custaria mais, mas que a diferenciação que uma assinatura internacional traria tinha uma grande chance de valorização.
"Eventualmente, os clientes teriam uma valorização futura com isso", afirma, confiante de que o empreendimento deve envelhecer como um bom vinho italiano.
Mesmo assim, a Tegra mantém o pé no chão diante de um euro cotado a R$ 6, com um diálogo constante para nada sair do controle. "As coisas vão custar mais caro, já que o escritório é pago em euro. Topamos o uso de materiais mais caros, já que nossa ideia é se diferenciar. E também porque queremos o alto padrão deles. Mas, apesar de tudo ser lindo, tudo custa. Mantemos o nosso pé no chão para as coisas não descolarem da realidade."
Cada bairro que vai receber um empreendimento assinado por Pier Lissoni é estudado isoladamente para entender o quanto mais caro uma unidade pode ser vendida. Thiago Castro afirma que o escritório tem fiscalizado de perto tudo, para assegurar que as construções no Brasil tenham um padrão tão bom quanto as que a Lissoni assina na China, no Oriente Médio e na Europa. Os materias, incluse, vêm de fora, junto com alguns móveis projetados em Milão. "Mas o contrário também acontece. Eles procuram inspirações do Brasil, buscam produtos do país, até para deixar o produto também com a nossa cara".