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No flex living, os espaços são projetados para se adaptar rapidamente, com móveis modulares, tecnologia integrada e design funcional (Josep Gutierrez/Getty Images)
Publicado em 22 de abril de 2025 às 16h58.
Uma nova onda de moradia tem transformado apartamentos em microcomunidades e imóveis flexíveis em refúgios temporários com contratos dinâmicos. Os modelos de coliving e flex living ganham espaço nas grandes cidades como resposta direta à vida urbana acelerada e à busca por soluções mais econômicas e funcionais. Moradias com quartos individuais, serviços inclusos e espaços comuns planejados para convivência ou praticidade são a nova aposta do setor imobiliário para públicos móveis e conectados.
A ideia de dividir o lar com estranhos deixou de ser improviso e virou estratégia. Empreendedores criam imóveis pensados desde o início para quem quer economizar, conviver e, principalmente, se mover com liberdade. Mas apesar de parecerem similares, os dois modelos servem a públicos com objetivos bem distintos.
O coliving, junção dos termos co, de coletivo, e living, de viver, aposta em uma moradia compartilhada com ênfase na interação social. Nesse modelo, moradores têm cômodos privativos, como quartos já mobiliados, mas dividem ambientes como cozinhas, salas e até áreas de coworking. A proposta é formar pequenas comunidades com eventos e dinâmicas que incentivam conexões entre os residentes.
Com aluguéis que incluem despesas como limpeza, internet e manutenção, o coliving atrai principalmente jovens profissionais, estudantes e nômades digitais — perfis que valorizam experiências coletivas e redes de contato. A ideia é transformar a moradia em um espaço de convívio e troca de experiências, mais do que apenas um lugar para dormir.
O flex living atende a um público com necessidades diferentes: contratos curtos, com possibilidade de cancelamento sem multas ou burocracias. A principal oferta aqui é autonomia. Os espaços são projetados para se adaptar rapidamente, com móveis modulares, tecnologia integrada e design funcional.
Esse tipo de moradia é mais voltado a quem vive em constante transição, como freelancers, executivos em projetos temporários ou quem está mudando de cidade. A lógica do flex living é permitir que o morador entre e saia do imóvel quase como se estivesse usando um serviço por assinatura.
A principal diferença está no foco, pois enquanto o coliving promove convivência e estrutura comunitária, o flex living aposta na individualidade e na adaptação rápida. O primeiro oferece contratos médios e gestão ativa da experiência coletiva, o segundo permite até estadias de poucos dias, com gestão mais automatizada.
Colivings podem ter eventos culturais, jantares coletivos e até mentorias entre moradores. Já o flex living prefere a discrição, oferece praticidade sem exigir engajamento.
Esses modelos refletem uma mudança cultural mais ampla na forma como as pessoas consomem moradia, que está mudando. O que antes era sinônimo de estabilidade, hoje passa por novos filtros, como a mobilidade, o custo-benefício e o desejo de uma experiência que vá além das paredes do imóvel.
Com a consolidação do trabalho remoto e a ascensão da economia sob demanda, espera-se que tanto coliving quanto flex living se multipliquem nas grandes metrópoles. Eles não substituem o aluguel tradicional, mas oferecem uma alternativa sob medida para quem está em trânsito — físico ou existencial.