Mercado Imobiliário

Patrocínio:

Design sem nome (3)

Baleia de gorro: a história da obra na Faria Lima que virou meme de Natal

A escultura pertence ao edifício B32, idealizado por Rafael Birmann, que fica num espaço que antes era ocupado por 35 casas

Baleia do edifício B32: referência na Faria em clima de Natal (Tamires Vitório) (Tamires Vitorio/Exame)

Baleia do edifício B32: referência na Faria em clima de Natal (Tamires Vitório) (Tamires Vitorio/Exame)

Letícia Furlan
Letícia Furlan

Repórter de Mercados

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 08h46.

Última atualização em 26 de novembro de 2025 às 08h52.

A imagem de uma enorme escultura de baleia, prateada e vestida com um gorro de Papai Noel de grandes proporções circulou pelas redes sociais nos últimos dias. Um dos maiores pontos de referência da Avenida Faria Lima, em São Paulo, entrou no clima natalino e virou meme pelo aspecto que ganhou ao "usar" o adereço.

Piadas à parte, a escultura pertence ao edifício B32, e foi idealizada por Rafael Birmann. Para conseguir o terreno onde hoje está edificado o prédio — e a baleia — o empresário precisou comprar 35 casas desde o final dos anos 1990. Cada uma foi aquirida por um preço (ou por uma permuta) diferente.

“Para quem queria viagem da Disney em troca, dávamos viagem da Disney. Tinha gente que queria um caminhão, dávamos o caminhão. Tinha quem queria um apartamento em Pinheiros... Teve de tudo”, afirmou o presidente da Birmann S.A. à EXAME, em maio deste ano.

No fim das contas, cada metro quadrado saiu por uma média R$ 4 mil.

Houve casas que saíram por um valor quase irrisório. Mas tiveram também aquelas cuja negociação foi custosa e arrastada, com o proprietário do terreno conseguindo até dez vezes mais do que o valor inicial oferecido.

Entre preços inflados e pechinchas, o terreno inteiro, que tem 14 mil metros quadrados, custou aos bolsos de Birmann cerca de R$ 56 milhões na época.

O espaço começou a ser incorporado em 1998 e todas as casas foram compradas em 2007. Mas o prédio foi entregue mesmo apenas em 2020.

Durante este percurso, houve uma pausa nas obras de 2005 a 2007 devido a complicações com licenças da prefeitura de São Paulo e processos judiciais relacionados ao empreendimento.

Na época, o acesso ao funding também era um problema. “O que facilitou as coisas foi meu sócio, Ricardo Baptista, que conseguiu algo inédito para a época: um financiamento de 100% da obra pelo Bradesco”, afirma.

Birmann foi com a ideia, o sócio veio com o crédito.

Ricardo Baptista é diretor presidente da gestora de shoppings Partage, que hoje detém 50,5% do edifício B32. Birmann ficou com 39,9% depois que vendeu 13,6% para a BGR Asset por R$ 340 milhões em novembro do ano passado. O empreendimento todo, portanto, é avaliado por cerca de R$ 2,5 bilhões.

O icônico espaço hoje abriga uma torre corporativa de 24 andares, uma praça pública com uma escultura metálica de uma baleia de 20 metros, um teatro com capacidade para 500 pessoas e restaurantes.

O aluguel do metro quadrado custa cerca de R$ 350.

Acompanhe tudo sobre:Faria LimaMercado imobiliárioNatal

Mais de Mercado Imobiliário

Fundo paga R$ 140 milhões por agências bancárias da Caixa e Santander

Aeroporto de Brasília faz concessão de terreno para construção de 'praia'

Encol: a incorporadora que deixou 40 mil famílias sem casa nos anos 90

Conheça a mansão de R$ 97 milhões onde Taylor Swift vai casar